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Caos reina em fim de mandato de prefeitos do Sertão; Veja como está nas regiões do Sertão

Transição será traumática em vários municípios; eleitos se dizem tranquilos em Patos, Triunfo e Bernardino Batista.

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04/11/2012 às 22h28

A transição entre os prefeitos derrotados (ou seus aliados) e os vitoriosos nas últimas eleições deve ser marcada por desentendimentos em cidades como São João do Rio do Peixe, Carrapateira, Bom Jesus, Nazarezinho, Conceição, Sousa, Cajazeiras e Coremas.

Em algumas dessas cidades, o caos reina desde a derrota dos esquemas dominantes. Segundo os eleitos, vários dos ainda prefeitos abandonaram as cidades, atrasaram salários dos servidores, não estão pagando aos fornecedores, estão demitindo prestadores de serviços, entre outras irregularidades. Nessas cidades, a palavra transição inexiste.

Mas nem tudo está perdido. Em outras cidades, a transição está acontecendo de maneira pacífica. São os casos de Patos, Pedras de Fogo, Cachoeira dos Índios, Bernardino Batista, Poço de José de Moura, Triunfo, Monte Horebe, Itaporanga, Aparecida, São Bento, entre outros.

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Deputada Francisca Motta foi eleita com 28.407 na cidade de Patos e teve apoio do prefeito atual, Nabor Wanderley (Foto: Google)

Patos
Na cidade de Patos, a prefeita eleita, Francisca Motta (PMDB), não terá problemas relacionados à transição. Isto porque ela é aliada do prefeito Nabor Wanderley (PMDB). Mesmo assim, técnicos por ela escolhidos vão se reunir com uma equipe indicada por Nabor.

A equipe de Francisca Motta receberá relatórios detalhados sobre o que foi feito para atual gestão e o que a prefeita receberá em andamento. Em Patos, a administração será de continuidade, mas com a marca e as determinações da ainda deputada Francisca Motta, cuja marca principal é a honestidade e a correção.

“Tenho mantido contatos permanentes com o prefeito Nabor e não existe qualquer entrave em relação á transição. Ele me disse que os secretários estão elaborando relatórios sobre a realidade de cada secretaria e eu terei em mãos esses relatórios no dia 15 de novembro”, disse Francisca Motta, que contará com o deputado federal Hugo Motta (seu neto) e com o senador Vital do Rêgo Filho para conseguir recursos federais para obras na cidade de Patos.

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Empresário Gervásio Gomes foi eleito com 1.614 em Bernardino Batista. Ele teve apoio do prefeito atual, Edomarques Gomes. (Foto: Diário do Sertão)

Bernardino Batista
Em Bernardino Batista, a transição não terá problema. Na Serra do Padre, o prefeito eleito, Gervásio Gomes (PMDB), é aliado do ainda prefeito Edomarques Gomes (sem partido) e a transição será pacífica e tranquila. Ele deve anunciar esta semana os nomes da equipe de transição. Afirmou que receberá um balanço detalhado da situação de cada secretaria.

Gervásio disse que, após analisar o balanço, será a vez de montar a equipe de secretários, o que deve ser feito no mês de dezembro, para que ele possa encerrar o ano com algumas medidas já prontas para serem anunciadas no início de janeiro de 2013.

“Vamos ter novos nomes no nosso secretariado”, disse Gervásio durante entrevista ao programa Rádio Vivo da Alto Piranhas.

Ele frisou que será improvisado um escritório para reunir os integrantes da equipe de transição, embora todos possam ter trânsito livre na atual gestão municipal para acelerar o ritmo do futuro governo.

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Deputado André Gadelha foi eleito 18.780 na cidade de Sousa contra 18.029 do seu primo Lidolfo Pires. (Foto: Google)

Sousa
Em Sousa, o prefeito eleito, André Gadelha, indicou os nomes da equipe de transição há mais de 20 dias e o prefeito Fábio Tyrone não tinha indicado os nomes da equipe dele até a última quinta-feira.

André disse que, se Tyrone não indicar, ele vai recorrer à Justiça. Mas independente da equipe de transição, André já tem ideia do rombo que vai herdar. “Somente com o INSS a dívida da Prefeitura de Sousa supera R$ 7 milhões apenas na atual gestão”, disse.

O prefeito eleito declarou que a Prefeitura deve Pasep, Seguro-Safra e FGTS. “Além do mais, o Departamento de Água e Esgotos de Sousa (Daesa) deve R$ 33 milhões à Cagepa”, afirmou André, acrescentando que a Prefeitura deixou de receber R$ 13 milhões de convênios com órgãos federais, firmados pelo ex-prefeito Salomão Gadelha, só porque Tyrone não quis liberar contrapartidas.

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Denise Oliveira venceu as eleições com 17.884. Ela teve apoio do seu esposo, ex-prefeito, Carlos Antônio. (Foto: Google)

Na terra do Padre Rolim
Em Cajazeiras, a prefeita eleita da cidade, Denise Oliveira (PSB) informou que já existe definição de nomes para sua equipe de transição de Governo e anunciou os advogados Joaquim Alencar e Sílvio Nogueira, a ex-secretária de Educação, Andréa Braga, o vice-prefeito eleito e Júnior Araújo (PSD), para compor a equipe que deve ser comanda pelo seu esposo, Carlos Antônio (DEM).

A socialista revelou que já solicitou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), auditoria nas contas da prefeitura de Cajazeiras, principalmente a prestação de contas de recursos federais, pois, o município não pode perder esses recursos.

Coremas
Em Coremas, segundo, o vice-prefeito eleito, Lucrenato Júnior (PMDB), o atual prefeito, Edilson Pereira, simplesmente abandonou a cidade deixando salários atrasados e lixo por todos os cantos. Conforme Lucrenato, o prefeito eleito, Antônio Lopes (PSDB), vai ter muitas dificuldades no início da gestão. Isto porque vai herdar dívidas consideráveis da Prefeitura com o INSS, FGTS e Energisa, só para citar três exemplos.

O prefeito Antônio Lopes não tem nem ideia do rombo que vai herdar, mas sabe que será grande. Lucrenato disse que, para se ter uma ideia do descalabro administrativo atual, o prefeito Edilson Pereira teve suas contas de 2009 e 2010 reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado e ainda foi condenado a devolver R$ 1,9 milhão desviados dos cofres públicos, nos últimos oitos anos.

“O Tribunal de Contas detectou que a Prefeitura de Coremas justificou que uma ambulância do município percorreu 900 quilômetros por dia, durante todos os dias do ano de 2010, o que é impossível”, disse o vice-prefeito eleito. Segundo ele, o Tribunal fez as contas e chegou à seguinte conclusão: para percorrer 900 quilômetros por dia, o combustível de um ano seria suficiente para que a tal ambulância desse oito voltas ao redor do planeta Terra.

DIÁRIO DO SERTÃO com Adelson Barbosa dos Santos do Jornal Correio da Paraíba
 

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