Vídeo: PECs da Blindagem e Anistia levaram povo às ruas e deram discurso de graça a Lula, comenta Heron Cid

As manifestações realizadas no último domingo (21), em várias capitais do país, contra a PEC da Blindagem e a PEC da Anistia, foram tema do comentário do jornalista Heron Cid, no programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão. Segundo ele, os atos foram protagonizados não apenas por eleitores ligados à esquerda, mas por um conjunto mais amplo da sociedade que se sentiu traído pela classe política.

Heron destacou que o movimento reuniu indignados de diferentes perfis, ultrapassando o campo tradicional da militância petista.

“Essa votação recente da PEC da Blindagem, ou da malandragem, como queiram, e também da urgência da Anistia, botou milhares de insatisfeitos nas ruas. Não necessariamente eleitores de Lula, ou adeptos da esquerda, mas pessoas que extrapolaram o limite da paciência possível diante de uma classe política que não tem qualquer limite para se autoproteger, aumentando ainda mais a distância entre representantes e representados”, afirmou.

O jornalista também avaliou que a direita, acostumada a dominar a internet e os atos de rua, perdeu terreno no debate público após os movimentos da Câmara Federal.

“O bolsonarismo alinhado com o centrão entregou de bandeja ao presidente Lula aquilo que poderia ser usado contra ele. O que era para ser um trunfo para Bolsonaro, respingou de forma absolutamente negativa para o bolsonarismo e positiva para o governo. Lula, do tarifaço para cá, ganhou um discurso que nem tinha, de defesa da pátria, que antes era de seus adversários”, comentou.

Na visão de Heron, Lula se beneficia de um cenário em que não precisa agir ativamente, apenas aproveitar os erros da oposição.

“Ele não tem do que reclamar das posturas de seus adversários. Está jogando parado, e vez por outra a bola fica na marca do pênalti. Ele está apenas se dando ao trabalho de chutar para o gol. Tá fácil”, ironizou.

Para o jornalista, a rejeição popular às PECs da Blindagem e da Anistia mostra que a sociedade brasileira não aceita retrocessos que reforcem privilégios políticos e que esse desgaste pode custar caro ao campo bolsonarista no médio prazo.

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