VÍDEO: Após reação irritada do prefeito de Sousa, educadora mostra dados sobre despesas de escola conveniada
A homenagem que Geny Ferreira recebeu na sessão da Assembleia Legislativa em Sousa gerou uma reação irritada do prefeito Fábio Tyrone durante a sua coletiva de imprensa semanal
A homenagem que a educadora Geny Ferreira recebeu na sessão itinerante da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) na cidade de Sousa gerou uma reação irritada do prefeito Fábio Tyrone (PSB) durante a sua coletiva de imprensa semanal.
Geny Ferreira, de 75 anos, recebeu a Medalha Governador Pedro Gondim pelos serviços que o Centro de Educação Especial Integrada Geny Ferreira (CEEIGEF) vem prestando para a educação pública da região polarizada por Sousa desde a década de 1990. A medalha foi uma propositura do deputado André Gadelha (PMDB), principal rival político do prefeito Fábio Tyrone em Sousa.
Durante sua fala, André destacou a importância de Geny para a educação de Sousa, mas ressaltou que o CEEIGEF corre risco de fechar porque a instituição vem acumulando dívidas ao longo dos anos, já que tem sido difícil manter a estrutura apenas com o convênio da prefeitura.
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No ato de entrega da medalha, a educadora se emocionou ao recordar a luta que ela vem enfrentando para manter o CEEIGEF aberto. Geny relatou que até já vendeu uma casa que seria dos filhos para utilizar o dinheiro na manutenção do centro educacional.
Irritado com as declarações da educadora, Fábio Tyrone chamou Geny Ferreira de ingrata e insinuou que ela estaria mentindo. O prefeito disse que o município repassa R$ 540 mil por ano ao CEEIGEF, alimentos para merenda, formação pedagógica dos professores e material escolar.
“Ingratidão é coisa muito feia, é uma das piores atitudes humanas. Claro que eu nunca fiz nada por Geny. Ela nem merece. Mas o CEEIGEF merece. As pessoas que trabalham lá merecem, os alunos que lá estudam e as suas famílias merecem. Eu fico preocupado quando se anda fazendo proselitismo político com a educação, principalmente de pessoas vulneráveis. Mas pelo CEEIGEF, a prefeitura tem um convênio anual de 540 mil reais. Não é dinheiro meu, é nosso”, falou o prefeito durante a coletiva.
Ao tomar conhecimento das declarações do prefeito na coletiva, a educadora Geny Ferreira disse que até tentou falar pessoalmente com Fábio Tyrone, mas o prefeito não lhe deu a mesma atenção que costumeiramente dava e teria sido ríspido com ela. Foi por isso que Geny decidiu recolher documentos de despesas da escola e levou para o programa de rádio Cidade Notícias, da Rádio Líder FM, para esclarecer as informações.
Geny disse que o município de Sousa repassa R$ 54 mil durante 11 meses por ano para o CEEIGEF, através de convênio, mas ressaltou que as redes públicas de ensino também recebem repasses do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) por aluno matriculado. No caso do CEEIGEF, são 509 alunos atualmente, o que corresponde a mais de 2,8 milhões por ano ao município, segundo ela.
“Se ele esclareceu alguém, eu não sei. Mas qualquer pessoa esclarecida sabe que cada aluno matriculado na rede pública deixa ‘x’ por ano para o órgão, no caso o município”, explicou a educadora. “E a merenda não é presente que o município dá. A merenda é cota do Governo Federal”, acrescentou ao ser questionada sobre repasse de alimentos.
Geny Ferreira informou ter requerido um aditivo para o orçamento da escola, mas que, ainda assim, não representa um grande custo aos cofres municipais. “Nós pedimos um aditivo de R$ 89.140,82 para ajudar a aproximar o orçamento das nossas despesas, o que seria R$ 8.103,67 por mês. É um custo muito alto você tirar R$ 8,103 de onde está ficando 2 milhões e tanto”, ironizou.
Por conta das altas despesas para manter o CEEIGEF, Geny reafirma o que havia dito na sessão da ALPB, que ‘anda com chapéu na mão’ pedindo ajuda. “Eu tive que me dedicar a vir bem informada, porque é triste você ser tachada daquilo que você não é. Eu não sou ingrata, eu agradeço a Sousa, agradeço a André, agradeço a ele também pelo que ele fez. Não vou dizer que tenho raiva dele, porque eu não sou mesquinha. Eu tenho raiva dos copistas que encheram a cabeça dele de má informação”, disse a educadora.
DIÁRIO DO SERTÃO
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