VÍDEO: Em Cajazeiras, Leonardo Boff aponta erros e acertos do PT e afirma ainda ter esperança no partido
Para o famoso teólogo, país vivencia a maior crise ética da sua história, mas o lado positivo é que ela tem despertado a consciência política do povo
O teólogo, escritor e professor Leonardo Boff, considerado por muitos um dos principais pensadores contemporâneos do Brasil, está em Cajazeiras para dar uma palestra sobre ética na Faculdade Santa Maria e aproveitou a ocasião para prestar entrevista à TV Diário do Sertão, onde falou sobre a crise política no Brasil e os governos de Lula e Dilma.
Para Boff, o país vivencia a maior crise ética da sua história, mas o lado positivo dessa crise é que ela também tem despertado a consciência política do povo. Esse fato social ele compara a uma espécie de purificação.
“Ética é a busca do bem-viver, do viver correto, na justiça e especialmente na transparência. Mas no Brasil vivemos uma profunda crise de ética. E quando falamos em crise de ética é crise de valores, porque a ética não trabalha com teorias, trabalha com práticas. Então as práticas, especialmente as políticas no Brasil, são as mais antiéticas que nós tivemos na história. Espero que o Brasil saia mais maduro, mais vigilante e que o povo saiba escolher representantes que realmente representem os interesses que vêm de baixo e não os privilégios das classes dominantes”.
Erros e acertos do PT
Visto sempre como um apoiador dos governos do PT – sobretudo do ex-presidente Lula – pelo fato de defender políticas públicas de filosofia socialista, Leonardo Boff separa elogios e críticas aos 16 anos em que o Partido dos Trabalhadores esteve na presidência da República.
Para ele, Lula promoveu uma inédita “revolução pacífica” e protagonizou um fato raro na história política do país, que foi a ascensão de um nordestino pobre à presidência. Já no poder, fez um governo de inclusão à base de vários programas sociais, e esse foi o lado bom da sua gestão. No entanto, segundo Boff, o erro do PT foi priorizar as alianças políticas em nome da governabilidade e se distanciar das bases populares.
“Houve uma melhoria fantástica que beneficiou milhões de pessoas. Isso é um lado. Por outro lado essa maldita governabilidade que obriga ele [o PT] a fazer um pacto com muitos partidos para poder governar. Mas o pacto é feito a base de negociatas. Então um estrato do PT se deixou corromper e a causa principal é porque ele perdeu a ligação orgânica com as bases. O povo educa os políticos, e o político vendo a luta do povo, se comove. Mas houve um descolamento entre o Planalto e a planície, e isso foi para mim o grande equívoco do PT que ele vai ter que corrigir. Mas nós não perdemos a esperança”.
DIÁRIO DO SERTÃO
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