VÍDEO: Apenas 19% das mulheres da Paraíba afirmam conhecer muito bem a Lei Maria da Penha
Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher mostra também que 63% das paraibanas afirmam que uma amiga, familiar ou conhecida já sofreu algum tipo de violência doméstica ou familiar
A 10ª edição da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, feita pelo Instituto DataSenado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), constatou que apenas 19% das mulheres da Paraíba conhecem muito sobre a Lei Maria da Penha, que criou mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher e foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2006. Esse patamar de conhecimento sobre a lei na Paraíba é inferior ao índice nacional, que é de 24%, mesmo considerando a margem de erro.
A pesquisa mostra também que 27% das mulheres da Paraíba já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por um homem e 63% afirmam que uma amiga, familiar ou conhecida já sofreu algum tipo de violência doméstica ou familiar. Dentre elas, 20% sofreram violência nos últimos 12 meses. Esses índices são estatisticamente equivalentes aos encontrados na pesquisa nacional, considerando as margens de erro.
Em relação ao tipo de violência sofrida, a mais recorrente é a violência psicológica, declarada por 87% das mulheres da Paraíba, seguida pelas violências moral (77%) e física (75%).
Entre as mulheres agredidas da Paraíba, 30% buscaram algum tipo de assistência à saúde e 85% afirmam não conviver mais com a pessoa que as agrediu.
O levantamento mostra que boa parte das vítimas da Paraíba, a exemplo do que ocorre no Brasil, vivencia a primeira agressão ainda muito jovem. Para 36%, a primeira ocorrência se deu quando tinham até 19 anos de idade.
O estudo aponta ainda que em todo o país, 74% das mulheres têm a percepção de que a violência doméstica aumentou nos últimos 12 meses. Entre as paraibanas, essa percepção é de 80%.
Outros dados revelam que 47% das cidadãs paraibanas consideram que as mulheres não são tratadas com respeito no Brasil e 67% consideram o Brasil um país muito machista.
Mecanismos de proteção
Entre as cidadãs paraibanas, o serviço de proteção mais conhecido são os prestados pela Delegacia da Mulher, conhecidos por 92% delas. Em seguida vêm serviços de assistência social, como CRAS E CREAS (87%); depois a Defensoria Pública (85%), Ligue 180 (76%), Casa Abrigo (46%)e por último a Casa da Mulher Brasileira (36%). Ainda de acordo com a pesquisa, 73% das mulheres da Paraíba afirmam conhecer pouco sobre Medida Protetiva.
Pesquisa nacional
De acordo com 10ª edição da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, quase um terço das mulheres brasileiras já sofreu algum tipo de violência doméstica ou familiar, e 74% acreditam que o problema aumentou nos últimos 12 meses.
A pesquisa, elaborada a cada dois anos, integra uma série que tem o objetivo de ouvir cidadãs brasileiras sobre aspectos relacionados à desigualdade de gênero e agressões contra mulheres no país. Nesta edição, o tamanho da amostra foi ampliado, o que permitiu, pela primeira vez, a análise de dados por cada estado.
País machista
A pesquisa aponta também que 62% das mulheres tem a percepção de que o Brasil é um país “muito machista”. Esse índice é maior nos estados do Rio de Janeiro (73%), Pernambuco (72%), Ceará (68%) e Distrito Federal (69%).
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