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VÍDEO: Médico do HRS dá detalhes do atendimento a Isabelle e revela por que corpo foi encaminhado ao IML

A estudante Isabelle Sousa Silva não estava em trabalho de parto quando deu entrada em estado grave no Hospital Regional de Sousa (HRS), segundo o médico ginecologista e obstetra Marcelo Melo

Por Luis Fernando Mifô

27/11/2023 às 17h27

A estudante Isabelle Sousa Silva não estava em trabalho de parto quando deu entrada em estado grave no Hospital Regional de Sousa (HRS), segundo o médico ginecologista e obstetra Marcelo Melo. Em entrevista à Rede Diário do Sertão, Melo relatou como o atendimento aconteceu na madrugada da sexta-feira (24).

Segundo o médico, os pais de Isabelle disseram que encontraram a jovem desmaiada dentro do quarto dela e logo a levaram para o hospital. A jovem deu entrada em estado grave e foi conduzida ao setor vermelho de emergência. Somente no hospital é que os pais souberam, após exames do obstetra, que Isabelle estava grávida. A situação obrigou a equipe médica a encaminhar a paciente para o parto com cesariana urgente. No entanto, o feto já estava morto.

“Diante do quadro clínico da paciente e da necessidade de realizar o procedimento cirúrgico, foi posta em sala de cirurgia e executou a cesariana, que foi sem intercorrências. Infelizmente, o feto já estava em óbito. Em seguida, a paciente foi conduzida de volta à área vermelha usando todas as medicações necessárias para o caso. A conduta foi acertadíssima sobre o que fazer diante do caso. Horas depois, a paciente evoluiu com rebaixamento do nível de consciência e parada cardiorrespiratória, sendo reanimada algumas vezes. E na manhã da sexta-feira, teve uma nova parada cardiorrespiratória e veio a falecer”, relatou Marcelo Melo.

A estudante Isabelle Sousa Silva, de 26 anos, residia em Aparecida e estudava Enfermagem na UFCG em Cajazeiras. Ela morreu na manhã da sexta, no Hospital Regional de Sousa, oito horas após ter dado entrada em estado grave.

“A família trouxe a paciente porque encontrou a mesma desacordada no seu quarto. E aí, quando chegou aqui que foi examinada pelo médico obstetra e ele viu que era ultragravíssimo, fez exame ginecológico e obstétrico na paciente, e diante do quadro clínico, tomou todas as condutas necessárias e fez a cesariana. Mas não havia, naquele momento, nenhum sinal expresso de trabalho de parto”, conta o médico.

estudante de enfermagem

Isabelle Sousa Silva tinha 26 anos (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Marcelo Melo chama atenção para o fato de que o estado de saúde de Isabelle se agravou silenciosamente porque ela não revelou a gravidez e não fez acompanhamento pré-natal.

“O fato de essa paciente não ter divulgado a gestação dela para as famílias e o fato de ela não ter feito nenhuma consulta ou exame de pré-natal, dificultou ainda mais o acompanhamento dessa gestante. Mas, temos certeza que a equipe médica do Hospital Regional de Sousa agiu de forma coerente e com competência no atendimento e na execução das condutas para esse caso”, disse.

“É uma tristeza profunda, pra gente que faz parte da assistência à saúde materno-infantil, dar uma notícia de mortalidade materna e fetal. Mas, apesar desse profundo pesar, fica a chance de conscientizar as mulheres da importância de se realizar um pré-natal. É justamente durante o seguimento pré-natal que a gente pode detectar condições clínicas desfavoráveis à saúde materno-infantil e tratar de forma eficiente antes que chegue a esse ponto”, acrescentou.

Marcelo Melo revelou que o contexto pelo qual a morte de Isabelle aconteceu despertou na equipe médica a suspeita de uma possível intoxicação exógena. Por isso o corpo foi encaminhado para exame no IML de Cajazeiras.

DIÁRIO DO SERTÃO

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