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VÍDEO: Em entrevista inédita, comandante do 6º BPM abre o jogo sobre desafios da segurança na região

Há seis meses, o tenente coronel Rômulo Ferreira assumia, pela primeira vez, o comando do 6º Batalhão de Polícia Militar (6º BPM) sediado em Cajazeiras, no Alto Sertão da Paraíba. Nessa nova missão, ele vem conhecendo a realidade criminal de uma área com 15 municípios

Por Jocivan Pinheiro

08/11/2023 às 18h21 • atualizado em 08/11/2023 às 18h30

Há seis meses, o tenente coronel Rômulo Ferreira assumia, pela primeira vez, o comando do 6º Batalhão de Polícia Militar (6º BPM) sediado em Cajazeiras, no Alto Sertão da Paraíba. Nessa nova missão, ele vem conhecendo a realidade criminal de uma área com 15 municípios da microrregião de Cajazeiras. Além do 6º BPM, essa área possui duas companhias (em São José de Piranhas e Uiraúna) e demais destacamentos. Os desafios para promover segurança pública são diversos, e o comandante falou sobre eles em entrevista inédita e exclusiva ao programa Olho Vivo da Rede Diário do Sertão.

Com 46 anos de idade e 27 anos na Polícia Militar, tenente coronel Rômulo Ferreira já passou por vários batalhões, unidades e destacamentos. Começou comandando o pelotão de São Bento, depois o de Teixeira e esteve à frente de unidades internas no 3º Batalhão em Patos, onde também foi chefe da inteligência. Comandou também os batalhões de Princesa Isabel, Esperança e Sousa; o Batalhão de Choque de João Pessoa e foi subcomandante em Cabedelo.

Em Cajazeiras, tenente coronel Rômulo Ferreira afirma que mantém o estilo que o caracterizou à frente de outros batalhões, que é atuar ostensivamente nas ruas, muito mais do que na parte administrativa.

“Desde a minha base, eu sou operacional, eu gosto de rua, eu gosto de estar atuando, eu gosto de estar à frente dos meus homens, sob os meus comandos, e gosto realmente de sentir como é a situação local, como é a criminalidade, sentir a população, o calor humano. Mas não posso deixar de lado a gestão da Polícia Militar como deve ser feita. Nós temos que fazer a parte operacional, que é meu carro-chefe, e temos que fazer também a burocrática, que é demanda do comando”, explica.

Tenente coronel Rômulo Ferreira, comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar em Cajazeiras (Foto: Diário do Sertão)

Criminalidade na região de Cajazeiras

Ao chegar a Cajazeiras, o novo comandante começou a fazer um “raio x” do cenário para compreender de que forma deve atuar com o efetivo que tem à disposição. Ao comparar as realidades da região de João Pessoa e da região de Cajazeiras, ele explica que no Litoral as facções criminosas são mais atuantes e a incidência de criminalidade tem relação direta com uma população carcerária maior. “Onde existem os presídios, existem alguns familiares que cultuam a mesma cultura do comércio ilegal de drogas, de crimes atípicos na sociedade, e aumenta a incidência de criminalidade”, ele avalia.

Já na região de Cajazeiras, tenente Rômulo constatou um aumento da criminalidade na zona rural paralelamente à violência na zona urbana. Ele citou, inclusive, um episódio que ocorreu em maio desse ano, quando viaturas da PM foram recebidas a bala no bairro São Francisco, Zona Sul da cidade. Esse fato aconteceu horas antes dele assumir oficialmente o comando do batalhão. Por isso, sua primeira ação foi liderar uma operação para “pacificar a área” com ajuda de policiais enviados pela Polícia Militar de Patos. Outro diagnóstico feito pelo comandante é que na Zona Norte a incidência maior é de crimes de roubos.

Tenente coronel Rômulo Ferreira nos estúdios da TV Diário do Sertão (Foto: Diário do Sertão)

Necessidade de efetivo maior

Um dos principais problemas enfrentados pela Polícia Militar nessa região é o efetivo aquém do que se precisa. O 6º BPM tem 256 homens. Embora seja maior que o efetivo do 14º BPM em Sousa, ainda é abaixo do necessário.

“A gente reforça o policiamento, porém a gente não consegue manter o policiamento com tamanha eficácia em virtude do nosso comprometimento em efetivo, porque para dar um reforço maior, a gente tem que solicitar forças que venham de outras unidades para que a gente consiga dar aquela sensação de segurança maior para a população cajazeirense e da região”, ressalta o comandante.

“Política de desencarceramento”

Outro obstáculo põe em rota de colisão as polícias e o poder judiciário. Tenente Rômulo afirma que existe uma “política de desencarceramento” que libera suspeitos após audiência de custódia. “Estamos tentando combater, mas não é tão fácil como alguns podem pensar, porque hoje nós vivemos uma realidade que não é só na Paraíba, tampouco só em Cajazeiras, que é uma política de desencarceramento por parte do Conselho Nacional de Justiça. Não é o enxugar gelo que dizem que a Polícia Militar faz. Cada um trabalha dentro da sua esfera.”

Ainda na entrevista, o comandante fala sobre o plano de reimplantar a Ciclopatrulha em Cajazeiras, mudanças de comandos nas companhias do 6º BPM, concurso para aumentar o efetivo e explica as divisões da Polícia Militar para atuar ostensivamente.

DIÁRIO DO SERTÃO

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