VÍDEO: Engenheiro explica como açudes no Nordeste ajudam a evitar enchentes como a do RS
Segundo estudo realizado pelo Governo Federal, 43 municípios paraibanos, sendo 10 no Sertão, correm risco de desastre ambiental
43 municípios da Paraíba estão suscetíveis a desastres ambientais associados a deslizamentos de terras, alagamentos, enxurradas e inundações, de acordo com um mapeamento realizado pelo Governo Federal. Dez desses municípios ficam no Sertão do estado. São eles: Coremas, Nova Olinda, Patos, Pombal, Santa Luzia, São Bento, São João do Rio do Peixe, São José da Lagoa Tapada e Sousa.
Durante o quadro Diário de Obras, do programa Olho Vivo dessa terça-feira (21), o engenheiro Fernando Figueiredo destacou os motivos pelo qual as cidades paraibanas apareceram na lista do estudo sobre desastres naturais.
“Todas as cidades que foram citadas aí pertencem a duas bacias, que são os dois principais rios que cortam o estado da Paraíba, que é a Bacia do Alto Piranhas e a Bacia do Rio Paraíba. Isso daí, apesar de ter estudos hidrológicos, mas o conhecimento simples é bem fácil de entender não precisa de uma pesquisa tão complexa para você saber que as pessoas não podem construir nas margens de rios, de riachos e de bacias hídricas”, disse.
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Ele reafirma que “depois que inventaram cano e bomba, ninguém era para morar mais próximo a rios” e ressalta que as pessoas que mais sofrem com os desastres são os menos favorecidos.
“São as pessoas com maior vulnerabilidade social e financeira. Aqui a gente tem até um ditado popular para isso ‘que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco’ e é isso que acontece”.
Ele explica ainda, por que no Nordeste acontecem poucos desastres como o que está acontecendo no Rio Grande do Sul.
“Tem uma explicação bem técnica sobre isso que são as barragens de acumulação de água, os açudes. O Brasil teve uma campanha massiva, na década de 30, 40, de construção de reservatórios contra a seca aqui no Nordeste. Esses reservatórios também são úteis para prevenir enchentes como essa. No Rio Grande do Sul, por exemplo, existem poucos reservatórios assim porque os rios lá são perenes, são contínuos, então não tem a necessidade de fazer esses reservatórios”, contou.
Segundo Fernando, a falta desses reservatórios potencializou os desastres no RS, mas não foram a causa. Ele ressalta que as construções feitas em aterros, cidades construídas as margens dos rios são os principais fatores e destaca: “isso é cíclico, vai acontecer sempre”.
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