Estudo revela que dez cidades do Sertão têm maior incidência de raios e dá dicas. Veja!
As informações são baseadas nos dados do sensor orbital LIS (Lightning Imaging Sensor).
Dez cidades do Sertão paraibano registram a maior incidência de raios no Estado. Com a densidade de descarga de 6,72 quilômetros quadrados negativos (km-²), a cidade de Malta lidera o ranking de maior concentração de raios na Paraíba. Já São José do Bonfim registrou a menor densidade de descarga (5,2 km-²). Os dados são do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e se referem a uma média de 15 anos.
As informações são baseadas nos dados do sensor orbital LIS (Lightning Imaging Sensor). O sensor LIS está a bordo da plataforma Tropical Rainfall Measuring Mission (TRMM), que é uma missão conjunta entre as agências espaciais Nasa (americana) e Jaxa (japonesa).
A Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa) informou que o Estado não possui equipamentos de medição precisa para o registro do fenômeno e por isso não quis comentar o assunto.
Mesmo estando no verão, é comum o registro de chuvas, ainda que em pancadas, em algumas regiões do Estado, inclusive no Sertão, e estas podem vir acompanhadas de raios, que são fenômenos de descargas elétricas formadas a partir do aumento da concentração de cargas no centro positivo e negativo da nuvem.
De acordo com o ranking elaborado pelo Elat, na Paraíba, além de Malta e São José do Bonfim, outras cidades sertanejas e do Seridó também concentraram o maior volume de raios, como São José de Piranhas (6,03 km-²), Santa Teresinha (5,83), Patos (5,81), São Mamede (5,81), Condado (5,8), Vista Serrana (5,78), Catingueira (5,55) e São Bentinho (5,21).
As densidades dos raios registradas nesses municípios é menor do que em outras regiões do país, como em São Paulo, onde a cidade com maior incidência é Itaquaquecetuba, com densidade de 13,3km-². Mas os dados da Paraíba ainda conseguem ser menores do que outros Estados do Nordeste, a exemplo da Bahia, onde a densidade de descarga no décimo município, Bacabeira (8,9 km-²), é maior do que a primeira cidade paraibana, Malta, que atingiu 6,72 km-².
De acordo com o Elat, após o excesso de carga, no centro positivo e negativo, o ar presente nas nuvens passa a ser insuficiente para fazer o isolamento e ocorre a descarga. Umidade do ar, proximidade do mar e frentes frias podem influenciar na formação do fenômeno.
Segundo a assessoria de comunicação do Elat, os dados se referem a uma média dos últimos 15 anos, através de cálculos científicos baseados em dados de sensores obtidos durante o período. Os dados das 10 cidades com maior concentração de raios na Paraíba estão na média do Brasil, de 6 raios por km² por ano. A Paraíba, no entanto, tem baixa incidência de raios, pois está em antepenúltimo lugar no ranking dos estados do Brasil. No Estado, caem 80 mil raios em média por ano. Durante o verão existe uma maior incidência de raios não só na Paraíba, mas em todos os estados do Nordeste.
Cuidados
Entre as principais recomendações de segurança do Elat para evitar algum acidente proveniente das descargas elétricas dos raios, deve-se não sair para a rua, ou não permanecer nela durante as tempestades, exceto quando absolutamente necessário. Mesmo assim, a orientação é se abrigar em carros, ônibus, moradias ou prédios, que de preferência tenham proteção contra raios, e ainda em abrigos subterrâneos, como metrôs e túneis.
Se estiver dentro de casa, deve evitar usar o telefone com fio ou celular ligado à rede elétrica, ficar próximo de tomadas e canos, janelas e portas metálicas e ainda tocar em qualquer equipamento elétrico ligado na tomada.
Caso esteja em um local sem um abrigo próximo e sentir que os pelos estão arrepiados, ou que a pele começou a coçar, fique atento, pois esses sinais podem indicar a proximidade de um raio que está prestes a cair. Neste caso, deve-se ajoelhar e curvar-se para frente, colocando as mãos nos joelhos e a cabeça entre eles, evitando ficar deitado.
DIÁRIO DO SERTÃO com Jornal da Paraíba
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