Paraíba registra aumento de casos de dengue em 2019, mas números de óbitos diminui
Ao todo, foram registrados 18.700 casos prováveis de dengue, enquanto que em 2018 foram registrados 10.804 casos prováveis
A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde (GEVS), divulgou, nesta sexta-feira (17), o boletim das arboviroses com os dados referentes ao ano de 2019. O documento aponta o aumento das notificações dos casos prováveis de dengue (73,08%), chikungunya (50,75%) e a doença aguda pelo vírus zika (10,75%) em relação a 2018. Os casos de óbitos por dengue tiveram uma redução de 43%.
Ao todo, foram registrados 18.700 casos prováveis de dengue, enquanto que em 2018 foram registrados 10.804 casos prováveis. Referentes à chikungunya foram notificados 1.497 casos prováveis, o que corresponde a um aumento de 50,75% em relação ao mesmo período de 2018, quando foram notificados 993 casos prováveis. Já para a doença aguda pelo vírus zika foram notificados 443 casos prováveis, o que representa um aumento de 10,75% em relação a 2018, quando foram registrados 400 casos prováveis.
“Importante enfatizar que observamos um pico de casos no primeiro trimestre do ano, seguido de redução em junho, quando, historicamente, a sazonalidade se faz presente. Por isso, a vigilância e combate aos criadouros de Aedes devem estar presentes o ano inteiro, redobrando, principalmente, de março a junho”, alertou a gerente executiva de Vigilância em Saúde, Talita Tavares.
A predominância de casos notificados de arboviroses concentra-se na 1ª (Lucena, João Pessoa e Caaporã), 3ª (Esperança, Areia e Alagoa Nova) e 11ª Regiões de Saúde (Princesa Isabel, São José de Princesa e Juru). Entretanto, o município com maior incidência para arboviroses é Teixeira, que fica na 6ª Região de Saúde.
A SES lembra que os focos do mosquito, na grande maioria, são encontrados dentro de casa, quintais e jardins. “É essencial que as famílias não esqueçam de que o dever de casa no combate ao mosquito é permanente. Pelo menos uma vez por semana, deve ser feita uma faxina para eliminar copos descartáveis, tampas de refrigerantes ou outras garrafas, e, em especial, lavar bem a caixa d’água e depois vedar. Não deixar água acumulada em pneus, calhas e vasos; adicionar cloro à água da piscina; deixar garrafas cobertas ou de cabeça para baixo são algumas medidas que podem fazer toda a diferença para impedir o registro de mais casos da doença, além de receber em domicílio o técnico de saúde devidamente credenciado, para que as visitas de rotina sirvam como vigilância”, orientou Talita Tavares.
Óbitos – Em 2019, foram registrados 57 óbitos suspeitos de arboviroses, sendo nove confirmados para dengue (Bayeux (1), Santa Rita (1), Solânea (1), Araruna (1), Cachoeira dos Índios (1), Soledade (1), Conde (1) e João Pessoa (2), três confirmados para zika (João Pessoa (02) e Junco do Seridó (01), e um óbito confirmado para chikungunya, no município de Fagundes. Foram descartados 43 óbitos suspeitos e um óbito continua em investigação.
“No ano de 2018 foram confirmados 16 casos de óbitos por dengue, três por zika e três por chikungunya, ou seja, mesmo com maior ocorrência de casos no ano de 2019, a detecção precoce dos casos e manejo correto conseguiu reduzir o número de óbitos ocorridos quando comparado com ano anterior. Redução de 43% para óbitos de dengue e redução de 33% para óbitos de chikungunya”, declarou Talita Tavares.
Os óbitos suspeitos são de notificação imediata, no período de 24 horas, de acordo com a Portaria Consolidada Nº 04, de 28 de setembro de 2017.
Situação laboratorial – Na Paraíba, foram testadas 3.058 amostras de sorologia para dengue (1.366 reagentes, 1.433 não reagentes e 259 indeterminadas) pelo Lacen-PB até dia 31 de dezembro de 2019. Já para sorologia de chikungunya, foram analisadas 1.397 amostras (319 reagentes, 949 não reagentes e 129 indeterminadas). E quanto às sorologias para zika, 1.210 amostras foram trabalhadas (207 reagentes, 912 não reagentes e 91 indeterminadas).
No mesmo período foram analisados pela FioCruz/PE 469 amostras de isolamento viral para dengue, sendo identificados os sorotipos DENV-1 e DENV-2; o tipo 1 é o mais prevalente.
Ações – A SES orienta que os municípios intensifiquem as ações, principalmente nesse período intermitente de chuvas e quando há necessidade de armazenar água. As ações devem ser integradas com os setores de Infraestrutura, Limpeza Urbana, Secretaria de Educação e Meio Ambiente, entre outros.
“Essa é uma maneira de sensibilizar a população, buscando diminuir a oferta de criadouros para o mosquito Aedes aegypti dentro e fora dos domicílios, e, assim, contribuindo para o controle da dengue, zika e chikungunya. Quando a informação adequada chega à população, todos participam de forma efetiva”, pontuou Talita Tavares.
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