Lindas mulheres ocupam funções de comando e fazem história no Corpo de Bombeiros da Paraíba. Confira!
Elas comandam guarnições, dirigem veículos de alto porte, são guarda-vidas, peritas e vistoriantes, chefes de unidades e seções.
Elas estão efetivamente no Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba (CBMPB) há apenas 17 anos, dentre os 100 de história da corporação. Mesmo assim, em pouco tempo, com dedicação e compromisso conquistaram espaço nas diversas atividades operacionais e em cargos de comando, exercendo hoje as mesmas atividades desempenhadas pelos homens. Foram quatro as pioneiras, hoje são 113 as bombeiras militares que fazem história no CBMPB, representando cerca de 10% do efetivo total da instituição.
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Elas comandam guarnições, dirigem veículos de alto porte, são guarda-vidas, peritas e vistoriantes, chefes de unidades e seções. “Ao longo desses anos conquistamos posições de liderança. Só nos últimos dez anos, tempo de emancipação da corporação, constatamos, em um trabalho de pesquisa, que 35% dos batalhões da corporação foram em algum momento comandando por mulheres”, revelou a tenente coronel Jousilene de Sales, integrante da primeira turma com presença feminina que ingressou no CBMPB, no ano 2000.
Atualmente, ela é comandante do 2º Comando Regional de Bombeiro Militar, que gere administrativamente o 2º e o 3º Batalhão Bombeiro Militar. Está à frente de centenas de homens, liderando-os, motivando-os, trabalhando duro em prol da sociedade paraibana. “Destacamo-nos, entre outras características a nós inerentes, pelo trabalho social, o ver humano, a capacidade de enxergar além do que é facilmente visto, sem perder a sensibilidade e a vaidade”.
Para a tenente coronel, conforme dados coletados em pesquisa que versa sobre a presença feminina no CBMPB, daqui a 100 anos, nesse ritmo de conquistas, as mulheres da corporação estarão equiparadas ao masculino em questão de funções de liderança – quebrando cada dia mais paradigmas.
Desafios – Nos anos de 2000, as primeiras mulheres que entraram no Corpo de Bombeiros enfrentaram dificuldades para se firmarem. Segundo elas, a corporação preferia que elas não exercessem atividades operacionais, a exemplo da função de guarda-vidas, e os próprios quartéis não estavam adaptados para recebê-las.
A major Clécia Cabral, integrante da turma pioneira e hoje chefe da Ajudância Geral do CBMPB, afirmou que “o início foi um pouco difícil, porque entramos em um universo até então totalmente masculino, com quartéis ainda não preparados pra receber as mulheres, tudo ainda muito improvisado, desde as suas acomodações, uniformes, Equipamentos de Proteção Individual”.
Conforme a major, quando chegaram no Curso de Formação de Oficiais existia também um certo mistério quanto ao tratamento dado às ‘fens’, quanto ao cuidado, à fragilidade, às particularidades femininas, “mas nós, futuras oficiais femininas, pioneiras, mostramos logo para o que viemos, nós não queríamos ser tratadas diferentes pelo simples fato de sermos mulheres e sim com os mesmos direitos e deveres dados aos homens”.
Clécia contou também que elas percebiam que muitas vezes os homens não ficavam muito à vontade em ter mulheres por perto. “Muitos não aceitavam ser comandados por mulheres e até alguns duvidavam da nossa capacidade operacional e administrativa. Hoje, ainda enfrentamos dificuldades, mas os homens não mais duvidam que podemos realizar atividades de bombeiro tão bem quanto eles e que estamos aqui pra somar e não concorrer com eles”.
Conquistas – Atualmente, dois batalhões do CBMPB têm mulheres como gestoras: além do Comando Regional já citado. São eles o 2º Batalhão de Campina, liderado pela major Anuska Macedo, e o Batalhão de Atendimento Pré-Hospitalar, comandado pela tenente coronel Katty Sabrina. As mulheres também ocupam sub-chefias nas diversas unidades espalhadas em todo o Estado.
“Para mim particularmente foi um desafio importante e difícil assumir um batalhão. Até porque a gente não tinha tantas referências de mulheres comandando dentro da corporação até então. Mas eu tive a oportunidade de ver Jousilene comandando antes de mim e tentei triar ela como referência e buscar os bons exemplos, inclusive no masculino”, disse a tenente coronel Sabrina, da primeira turma de oficias BM.
Para ela, o efetivo feminino tem conseguido firmar a competência e a capacidade que tem, frente às varias atividades a que é apresentado. “Ganhamos essa confiança porque de certa forma conseguimos transmitir essa competência e habilidade”.
Valorização – O comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba (CBMPB), coronel Jair Carneiro, lembrou das ações realizadas nesta gestão visando à valorização das mulheres. Elas ganharam o aumento da licença maternidade de quatro para seis meses e o afastamento imediato da atividade operacional e transferência para o administrativo quando da descoberta da gestação.
Elas também contam com o apoio para a realização de exames e consultas de pré-natal. Para as grávidas também é facultada a participação em solenidades militares e, em caso de comparecimento, há dispensa para entrar em forma com a tropa. A maioria dos quartéis também já está adaptado para recebê-las e quando uma nova unidade vai ser construída já se pensa no alojamento feminino.
História – A inclusão da mulher dentro do quadro do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba se deu gradativamente, sendo iniciada com a transferência para o Quartel do Comando Geral BM, em 1997, da então cabo Josinete, que era da Polícia Militar. Já a partir do ano 2000, outras fens da PM foram transferidas como a cabo Marta, a sargento Verônica e a sargento Josineide.
Foi ainda em 2000 que efetivamente as mulheres passaram a ingressar na corporação, através do primeiro Curso de Formação de Oficias com vagas para mulheres. Foram quatro oportunidades, formando assim as mais antigas oficias da corporação. No mesmo ano, foi realizado o curso de sargentos com a primeira aluna mulher e, cinco anos mais tarde, foi aberto o Curso de Formação de Soldados pioneiro no quesito presença feminina.
Desde então, o ingresso das mulheres se consolidou, com oferta anual de vagas no Curso de Formação de Oficiais e também oportunidades quando da abertura do Curso de Soldados (CFSD). Há cerca de dois anos, inclusive, o CFO não estabelece mais vagas por sexo, mas deixa livre a concorrências para aqueles que atingirem as melhores notas, o que pode contribuir para o aumento de mulheres na corporação.
DIÁRIO DO SERTÃO com Secom
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