header top bar

section content

Escândalo no futebol da PB é destaque no Fantástico da Globo; partida do Sousa é citada na reportagem

Polícia investiga manipulação de resultados no campeonato estadual de futebol. Até presidente da Comissão de Arbitragem local estava envolvido.

Por Diário do Sertão

16/04/2018 às 09h41

O campeonato paraibano de futebol deste ano, que terminou no domingo 8 de abril está sob suspeita. A polícia investiga um grande esquema de manipulação de resultados em diversas partidas da série A.

VEJA MAIS!

+ Operação do GAECO apura resultados manipulados no futebol da PB e cumpre mandados de JP a Cajazeiras

+ Vice declara que denúncias contra presidente da Federação Paraibana de Futebol são piores que Lava Jato

Dirigentes de clubes são suspeitos de pagar propina para árbitros e bandeirinhas, para garantir a vitória nos jogos. Segundo a polícia, até o presidente da Comissão de Arbitragem do estado estava envolvido na fraude revelada pela Operação Cartola, da Polícia Civil deflagrada um dia após a final que deu vitória ao Botafogo da Paraíba.

Cinco árbitros denunciaram à Polícia Civil e ao Ministério Público da Paraíba o esquema fraudulento de manipulação de resultados no futebol profissional da Paraíba. “Você só trabalhava se fizesse parte da banda podre da arbitragem. Quem escolhe o árbitro é o dirigente do clube”, revelou um dos denunciantes, que preferiu não se identificar.

+ FPF pede quebra do sigilo dos autos da Operação Cartola para se defender

80 pessoas são investigadas, entre elas membros da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Comissão Estadual de Arbitragem da Paraíba (CEAF), Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba (TJD/PB) e dirigentes de clubes de futebol profissional da Paraíba.

Segundo os denunciantes, uma partida que permitia a possibilidade de uma classificação, poderia custar de R$ 30 mil a R$ 35 mil, enquanto um jogo sem classificação em cheque custava de R$ 10 mil a R$ 12 mil.

A reportagem da Globo mostrou detalhes da Operação Cartola

Sorteio
Segundo o delegado Lucas Sá de Oliveira, o sorteio dos árbitros que fica disponível na internet é apenas “teatro” porque essa escolha é feita pelos dirigentes dos clubes. “Chega a ser revoltante porque você não se sabe mais se o jogo é idôneo”. Disse o delegado.

25 de fevereiro de 2018, Nacional x CSP
Os times se enfrentavam pela penúltima rodada da primeira fase do campeonato paraibano. Segundo a Polícia Civil, para conseguir uma classificação melhor, dirigentes do Botafogo-PB queriam que o CSP vencesse a partida. Minutos antes do sorteio, determinaram que o juiz fosse João Bosco Sátiro. O árbitro foi para o jogo e quanto a partida estava 0 a 0, ele anulou um gol do Nacional, alegando impedimento. O CSP venceu a partida por 2 a 0. O juíz não foi localizado pela reportagem.

15 de março de 2018, Botafogo-PB x Sousa
O jogo valia uma vaga para as semifinais. Aos 11 minutos do primeiro tempo, o árbitro Antônio Carlos Rocha, também investigado por fazer parte do esquema, ele marcou um pênalti para o Botafogo-PB, levando o time para a semifinal do campeonato. Segundo o ex-árbitro Ulisses Tavares da Silva, que analisou o lance, o jogador que teria recebido a falta não foi tocado pelo jogador do Sousa. O Botafogo-PB fez o gol e ganhou a partida por 3 a 1. O juiz não quis gravar entrevista.

+ Aldeone sugere que FPF não proclame o campeão de 2018 e afaste os investigados

Na Paraíba, o sorteio dos árbitros para as partidas são gravados pela Comissão de Arbitragem e ficam disponíveis na internet. Mas, segundo o delegado Lucas Sá, “é um mero teatro. O que é sorteado alí está atendendo diretamente os pedidos dos dirigentes”, revelou.

“operação cartola” no Estado da Paraíba

Lucas Sá ainda afirma que todas as vezes que um dirigente solicitava um determinado juiz para a partida ao presidente da Comissão de Arbitragem, esse perdido era atendido. “A gente tem fatos concretos que o próprio presidente da Comissão garante que aquele árbitro vai ser sorteado”, ressalta.

O presidente da CEAF, José Renato, nega as acusações. “Ninguém admite tratativas que venham relacionar a qualquer tipo de manipulação de resultados. Isso pra mim é um absurdo”, declara.

A Federação Paraibana de Futebol (FPF) diz que não pensa em cancelar nenhum campeonato e quer que os culpados sejam identificados.

De acordo com o advogado da FPF, Hilton Souto Maior, a operação foi iniciada a partir de informações falsas repassadas pelo vice-presidente da federação, que está em uma briga política com o atual presidente. Ainda de acordo com o advogado da FPF, o último balancete da federação foi aprovado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O vice-presidente Nosman Barreiro, em nota, informou que não é alvo da operação e foi um dos responsáveis pela denúncia.

Os campeonatos de futebol da Paraíba de 2011 a 2018 estão sob suspeita de fraude, de acordo com o delegado Lucas Sá. Os três maiores clubes da Paraíba foram campeões nestes anos. O Treze venceu em 2011, o Campinense ganhou em 2012, 2015 e 2016 e o Botafogo-PB venceu em 2013, 2014, 2017 e 2018.

DIÁRIO ESPORTIVO

Recomendado pelo Google: