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Ex-jogador de Cajazeiras revela que recebeu ‘chamado de Deus’ que o livrou do alcoolismo

Ex-jogador recebeu a TV Diário do Sertão em casa para uma reportagem especial em que abre o jogo sobre a história da sua vida

Por Luis Fernando Mifô

14/09/2016 às 19h15 • atualizado em 15/09/2016 às 08h48

Talvez para as novas gerações que não conhecem a sua história, ele seja apenas um religioso que dedica as manhãs de sábado a pregar o Evangelho de maneira fervorosa nas calçadas do centro comercial, com sua caixinha de som aos pés e o microfone em punho. Mas além disso, José de Arimateia Cabral é personagem marcante da história de Cajazeiras, sobretudo quando o assunto é futebol e pão. Isso mesmo. Pão. Porque estamos falando de Beré, como é mais conhecido o ex-jogador e filho do lendário padeiro Saóra, criador do “Pão de Saóra”, que se tornou objeto do ‘folclore’ cajazeirense.

Beré mostra fotos dos tempos de jogador

Beré mostra fotos dos tempos de jogador

Beré recebeu a TV Diário do Sertão na sua casa para uma reportagem especial em que abre o jogo sobre a sua história de vida, sua carreira como jogador de futebol, a profissão de padeiro que herdou do pai e o momento em que se converteu ao Evangelho após um suposto chamado de Deus.

Certamente os que não se interessam por conhecer os personagens históricos de Cajazeiras – dos mais imponentes aos mais simples -, não sabem que a vida de Beré como futebolista está inseparavelmente entrelaçada às origens do futebol em Cajazeiras.

Entre outras passagens emblemáticas na sua biografia, ele foi um dos jogadores que fundou os já extintos Botafogo de Cajazeiras, que segundo ele teria sido o primeiro clube da cidade a disputar o Campeonato Paraibano, e Duque de Caxias, tido por muitos como um dos melhores times da Paraíba na sua época. No Duque, Beré foi companheiro de vários outros craques que estão no panteão dos deuses do futebol paraibano, entre eles Perpétuo Correia Lima, lendário atacante cajazeirense que hoje empresta o nome ao estádio de futebol apelidado de “Perpetão”.

Beré relembra saudoso e cheio de emoção os tempos de jogador em que, além do Botafogo e do Duque de Caxias, defendeu também o Atlético de Cajazeiras, Esporte de Patos,  Quixadá-CE e Có-Iguatu. ”Na minha época jogava-se futebol por amor à camisa e não por dinheiro”, ressalta.

Ele admite que o álcool chegou a atrapalhar sua carreira, assim como aconteceu com outros companheiros na época. Mas garante que nunca se envolveu com drogas ilícitas. Aliás, teria sido o alcoolismo o principalmente motivo que levou Beré a se converter ao Evangelho e se tornar um pregador.

Tradição de Saóra e ‘chamado de Deus’

Hoje, além de se dedicar à pregação do Evangelho, Beré continua fazendo os pãezinhos que aprendeu com o pai quando só tinha 10 anos de idade. Ele se tornou padeiro de profissão ao encerrar a carreira de jogador, e como tal carrega a responsabilidade de manter viva a ‘marca’ do “Pão de Saóra” que é conhecida em todo o Brasil.

Sobre a experiência de ter se tornado crente, Beré atribui a um chamado de Deus quando sonhou que estava com uma caixa de som e um microfone pregando a Palavra. “Eu orei muito e recebi esta confirmação para que eu realizasse este trabalho, porque bom é você sentir-se feliz com o que faz. A Bíblia ensina para que o povo tenha uma direção divina e não carnal. Agora, pregando a palavra de Cristo fui liberto do vício do álcool e do cigarro, algo que atrapalhou a minha carreira no futebol.”

Fotos de arquivo pessoal

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DIÁRIO DO SERTÃO

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