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Ator que vive Renato Russo no teatro diz que contrarregra da peça viu alma do cantor

Bruce Gomlevsky revela também que já sonhou com o músico que interpreta no teatro

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09/07/2010 às 21h48

Há quatro anos o ator carioca Bruce Gomlevski, 35, vive a rotina de tingir os cabelos loiros de preto para se transformar no lendário líder da banda Legião Urbana, o cantor e compositor Renato Russo, na peça homônima, atualmente em cartaz no Teatro Folha, em São Paulo. O espetáculo tem dramaturgia assinada por Daniela Pereira de Carvalho e Mauro Mendonça Filho.

Na montagem, ele parece incorporar o roqueiro durante a execução de 22 canções – na companhia da banda Arte Profana – e a reconstrução dos principais fatos da vida de um dos maiores astros da música brasileira . A presença de Renato Russo hipnotiza a plateia, ao ponto de muitos se arrepiarem ou chorarem copiosamente.

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Em conversa com o R7, o ator revela que um contrarregra da montagem afirmou ter visto a alma do cantor nos bastidores da peça. Apesar de não reforçar essa visão como algo real, Gomlevski não deixa de lembrar que sonhou várias vezes com o ídolo. Se não tivesse sido vitimado pela Aids em 1996, Renato Russo estaria hoje com 50 anos. Leia a entrevista:

R7 – A peça está em cartaz há quatro anos. Você ainda faz com vigor ou já ligou o automático?
Bruce Gomlevsky – Não conseguiria ligar no automático, porque é um espetáculo que me exige muito fisicamente. O público alimenta muito o calor do espetáculo. A participação do público é muito quente. Não é fácil de fazer. Não tem truque. Tenho que sempre estar dentro e disciplinado. Claro que, às vezes, dá um cansaço normal como em qualquer ofício.

R7 – Você já sonhou com o Renato Russo?
Bruce – Eu sonhei com ele durante os ensaios. Sonhei muito com ele. Olha, eu me lembro de um sonho no qual ele estava fazendo a peça no meu lugar junto com a minha banda e eu era uma alma que sobrevoava o teatro, meio que flutuando.

R7 – Você já chegou a sentir a presença espiritual de Renato Russo alguma vez?
Bruce – Tem um contrarregra que disse que viu ele na coxia. Não vou dizer que ele passou mesmo por lá, porque seria leviano. Trabalho com a energia das letras e da poesia, com tudo que ele significa. Seria leviano eu começar a fazer um discurso kadecista. Ele está ali na voz das pessoas, na minha voz, no figurino, no gestual, nas imagens. A irmã dele me falou que, de alguma maneira, ele deve ter dado permissão para essa peça acontecer. A Carmem Teresa [irmã de Renato Russo] diz que ele está olhando lá de cima, aprovando.

R7 – Sua peça já foi acusada pelo crítico paulistano Sérgio Salvia Coelho de ser um culto religioso e não teatro. Como você responde a essa acusação?
Bruce – Isso foi um crítico infeliz na Folha de S.Paulo. Foi a única crítica negativa que a gente teve em mais de 40 cidades, 200 mil espectadores e 350 apresentações. Não é um culto religioso. É uma grande homenagem a um grande artista desse país. Acho que esse crítico foi de má vontade ver a peça.

R7 – Você ficou magoado de não ter sido chamado para interpretar o Renato no cinema após fazê-lo no teatro? Acha que o ator Thiago Mendonça foi uma boa escolha?
Bruce – Não fiquei magoado. Recebi mensagens de muita gente, reclamando nesse sentido [de ele não interpretar Russo no cinema]. Mas eles estão fazendo o filme do Renato antes da Legião. Vão mostrá-lo até os 20 anos de idade. Acho que daria para eu fazer, mas entendi. Quem sabe eu faça a continuação? O Thiago foi uma escolha maravilhosa. Desejo toda a ele toda a sorte do mundo. O diretor do filme já viu a peça mais de cinco vezes.

R7 – Você ainda escuta nas horas vagas a música de Renato Russo?
Bruce – Não costumo ouvir muito, mas adoro todo o disco V [de 1991]. Tem muita música que não entrou no espetáculo e que amo. Metal contra as Nuvens é uma das minhas preferidas e não está na peça.

R7 – Você era fã da Legião Urbana antes da peça?
Bruce – Sempre fui fã, mas fiquei mais depois. Cresci ouvindo Legião. Claro que, ao fazer a releitura das músicas, fiquei com uma ligação mais forte. Deu uma nostalgia do que não vivi. Uma tristeza de não ter conhecido ele pessoalmente. Deu uma pena para sempre…
 

R7

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