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No segundo episódio do “Arquivo Diário”, Erivan Morais: ‘Eu era tímido e tomava uísque para subir no palco’

Na entrevista de 2016, o empresário relembrou sua origem e a luta pela educação na zona rural de São João do Rio do Peixe, no Sertão da Paraíba.

Por Redação Diário

23/10/2025 às 12h20

O segundo episódio da série especial ‘Arquivo Diário’ da TV Diário do Sertão, projeto que celebra os 20 anos do veículo, resgata uma entrevista histórica concedida em 05 de fevereiro de 2016 no programa Interview, que à época era apresentado por José Dias Neto.

O entrevistado é um dos nomes mais influentes no cenário do forró nordestino: o empresário Erivan Morais, fundador e ex-vocalista da banda Collo de Menina e atual gestor da BCM Produções e da Bonde do Brasil. Na ocasião, Morais abriu o jogo sobre sua trajetória de vida, desde a infância humilde até o motivo radical que o levou a abandonar os microfones para se dedicar exclusivamente à gestão de carreiras.

A batalha pela educação no Sertão
Erivan Morais iniciou a conversa relembrando sua origem e a luta pela educação na zona rural de São João do Rio do Peixe, no Sertão da Paraíba. “A preocupação de qualquer pai de família era ver o filho pelo menos, assim, ‘eu sei assinar meu nome’”, contou o empresário.

A rotina era dividida entre os estudos e o trabalho pesado na roça, o que exigiu um arranjo especial do pai para garantir a frequência escolar. “Meu pai fez um ajuste para que a gente fosse um dia sim, outro não para a escola”, revelou, justificando a necessidade de conciliar as longas viagens até a lavoura com a sala de aula.

Aos 15 anos, a realidade do campo se tornou pequena para os sonhos do jovem sertanejo, que via na migração a única chance de progredir. “O sonho de todo nordestino… era viajar para São Paulo, Brasília ou Rio de Janeiro”, afirmou, descrevendo a mudança como a única saída para conseguir “ares melhores”.

Erivan Morais durante entrevista ao programa Interview em 2016 (Foto: reporodução TV Diário do Sertão)

Do microfone à gestão
O sonho de montar um grupo musical, que era apenas uma admiração na juventude, se materializou em 2001, quando ele retornou à Paraíba. Aproveitando a desistência de um grupo local, Morais comprou os equipamentos e fundou a Collo de Menina, banda que rapidamente ganhou notoriedade nacional. “Junta a fome com a vontade de comer”, resumiu ele sobre o impulso que o levou a empreender no forró.

No auge da banda, Erivan Morais acumulava funções. “Na época, eu cantava, eu administrava, eu produzia”, explicou, destacando que fazia “tudo” ao lado do irmão Bervan. Essa carga tripla, somada às viagens e à intensa rotina de shows, levou-o ao esgotamento físico. O cansaço o motivou a dar uma pausa no palco.

Erivan Morais durante entrevista ao programa Interview em 2016 (Foto: reporodução TV Diário do Sertão)

A confissão chocante: ‘Timidez e vício’
O motivo mais surpreendente para o abandono da carreira de cantor, no entanto, foi de ordem pessoal e emocional: a timidez. Erivan confessou que dependia do álcool para conseguir se apresentar.

“Eu sou um cara que eu sempre fui tímido. E toda vida para mim subir no palco eu tinha que tomar pelo menos uma dose de uísque”, revelou.

A decisão de parar de cantar foi, portanto, uma decisão de saúde e autoconhecimento. O empresário revelou a mudança radical em seu estilo de vida: “Graças a Deus, são quase 5 anos sem cantar, são quase 5 anos sem beber.” Ele explicou que não se sentia bem com a necessidade do artifício para exercer sua profissão.

Hoje, totalmente focado na gestão de bandas de sucesso através da BCM Produções, Morais é categórico quanto ao seu futuro longe dos holofotes. “Até hoje eu não senti ainda aquela formiguinha cutucar ainda querendo que eu voltasse aos palcos, não. Eu acho que eu não volto não”, concluiu Erivan, reforçando a radical escolha que redefiniu sua vida.

VEJA A ENTREVISTA COMPLETA

DIÁRIO DO SERTÃO

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