VÍDEO: Mais de 200 cortadores de cana partem de São José de Piranhas, Horebe e Conceição para a Bahia
Como já é tradição, o objetivo dos trabalhadores é mandar um dinheirinho para ajudar no sustento dos familiares que ficaram na sua terra natal
No último dia 12 de abril, mais de 200 homens saíram das cidades de São José de Piranhas, Monte Horebe e Conceição, no Alto Sertão da Paraíba, com destino ao Sul da Bahia, próximo a Porto Seguro, para trabalharem no corte de cana-de-açúcar durante oito meses. A previsão é que eles retornem às suas cidades no fim do ano.
Ainda na semana passada, outros dois ônibus com cortadores de cana também saíram da região de São José de Piranhas e do município do Barro, no Ceará, para o interior de São Paulo.
As informações são do jornalista Dida Gonçalves no programa Radar Cidades, que vai ao ar todas as quartas-feiras, às 19h, na TV Diário do Sertão.
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Longe de casa, os cortadores de cana enfrentam uma jornada exaustiva de cerca de 9 horas de trabalho por dia. O faturamento depende da desenvoltura e da resistência no trabalho braçal. Como já é tradição, o objetivo é mandar um dinheirinho para ajudar no sustento dos familiares que ficaram na sua terra natal.
Apesar de saber que é uma oportunidade de faturar uma boa grana, é sempre um momento doloroso deixar para trás esposa, filhos, pais, amigos e a vida social no Sertão paraibano para buscarem trabalho tão longe.
Risco de trabalho escravo
O êxodo em massa para o corte de cana requer atenção, tanto dos trabalhadores e seus familiares quanto dos órgãos públicos de fiscalização e das polícias, por conta dos riscos que esses homens correm de serem vítimas de trabalho escravo.
Para se ter uma ideia, dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que 3.190 trabalhadores em situação de trabalho análogo à escravidão foram resgatados durante o ano de 2023, maior número de resgates dos últimos 14 anos.
A região Sudeste foi onde aconteceu o maior número de resgates, com 225 estabelecimentos fiscalizados e 1.153 trabalhadores resgatados, seguido do Centro-Oeste, com 114 fiscalizações e 820 resgates. O Nordeste veio em seguida, com 552 trabalhadores resgatados e 105 ações realizadas. No Sul, foram realizadas 84 ações e 497 resgates. No Norte, 168 resgatados e 70 ações realizadas pelo MTE.
O cultivo de café foi o setor com a maior quantidade de resgatados, 302, ficando à frente do setor da cana-de-açúcar, com 258 resgates, que liderava os dados até junho deste ano.
DIÁRIO DO SERTÃO
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