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VÍDEO: Mais de 200 cortadores de cana partem de São José de Piranhas, Horebe e Conceição para a Bahia

Como já é tradição, o objetivo dos trabalhadores é mandar um dinheirinho para ajudar no sustento dos familiares que ficaram na sua terra natal

Por Diário do Sertão

20/04/2024 às 18h55 • atualizado em 20/04/2024 às 19h05

No último dia 12 de abril, mais de 200 homens saíram das cidades de São José de Piranhas, Monte Horebe e Conceição, no Alto Sertão da Paraíba, com destino ao Sul da Bahia, próximo a Porto Seguro, para trabalharem no corte de cana-de-açúcar durante oito meses. A previsão é que eles retornem às suas cidades no fim do ano.

Ainda na semana passada, outros dois ônibus com cortadores de cana também saíram da região de São José de Piranhas e do município do Barro, no Ceará, para o interior de São Paulo.

As informações são do jornalista Dida Gonçalves no programa Radar Cidades, que vai ao ar todas as quartas-feiras, às 19h, na TV Diário do Sertão.

Longe de casa, os cortadores de cana enfrentam uma jornada exaustiva de cerca de 9 horas de trabalho por dia. O faturamento depende da desenvoltura e da resistência no trabalho braçal. Como já é tradição, o objetivo é mandar um dinheirinho para ajudar no sustento dos familiares que ficaram na sua terra natal.

Apesar de saber que é uma oportunidade de faturar uma boa grana, é sempre um momento doloroso deixar para trás esposa, filhos, pais, amigos e a vida social no Sertão paraibano para buscarem trabalho tão longe.

Cortadores de cana partem de São José de Piranhas, Monte Horebe e Conceição (Foto: Radar Sertanejo)

Risco de trabalho escravo

O êxodo em massa para o corte de cana requer atenção, tanto dos trabalhadores e seus familiares quanto dos órgãos públicos de fiscalização e das polícias, por conta dos riscos que esses homens correm de serem vítimas de trabalho escravo.

Para se ter uma ideia, dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que 3.190 trabalhadores em situação de trabalho análogo à escravidão foram resgatados durante o ano de 2023, maior número de resgates dos últimos 14 anos.

A região Sudeste foi onde aconteceu o maior número de resgates, com 225 estabelecimentos fiscalizados e 1.153 trabalhadores resgatados, seguido do Centro-Oeste, com 114 fiscalizações e 820 resgates. O Nordeste veio em seguida, com 552 trabalhadores resgatados e 105 ações realizadas. No Sul, foram realizadas 84 ações e 497 resgates. No Norte, 168 resgatados e 70 ações realizadas pelo MTE.

O cultivo de café foi o setor com a maior quantidade de resgatados, 302, ficando à frente do setor da cana-de-açúcar, com 258 resgates, que liderava os dados até junho deste ano.

DIÁRIO DO SERTÃO

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