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VÍDEO: Entenda por que um bolo motivou operação da Polícia Federal contra grupos políticos em São Bento

Ministério Público e polícia suspeitam que os investigados estejam envolvidos com atos de violência para coagir eleitores. Vários suspeitos possuem extensa ficha criminal, inclusive por crimes violentos relacionados às eleições

Por Luis Fernando Mifô

27/09/2024 às 18h38 • atualizado em 27/09/2024 às 18h39

Um bolo foi o objeto que motivou a Operação Coactum, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (26), que cumpriu 22 mandados de busca e apreensão em São Bento, no Sertão da Paraíba. Embora seja um bolo comum, o que chamou a atenção do Ministério Público foi o valor pelo qual ele foi arrematado em um leilão.

De acordo com a polícia, o bolo foi arrematado por mais de R$ 100 mil durante um leilão realizado em janeiro deste ano pela paróquia de São Bento. Quem levou o objeto foi o empresário Rafael Silva Cavalcante, conhecido como Rafinha Banana, que concorre ao cargo de vice-prefeito pelo partido Republicanos.

O Ministério Público suspeitou do valor pago pelo bolo e de que pré-candidatos às eleições municipais de 2024 teriam se aproveitado do evento para fazer propaganda eleitoral antecipada, mediante lances com altos valores e a distriobuição do alimento. Diante das denúncias, foi deflagrada a Operação Coactum para apurar abuso de poder econômico, compra de votos e aliciamento violento de eleitores em São Bento.

Bolo leiloado pela Paróquia de São Bento, na Paraíba (Foto: Reprodução)

O primeiro lance pelo bolo foi de “apenas” R$ 5 mil. Mas o objeto se tornou alvo da disputa de dois grupos políticos de São Bento, que são liderados por primos do padre. Arrematá-lo pelo valor mais alto possível virou uma demonstração de qual grupo tem mais força política no município.

Segundo a investigação, os R$ 100 mil foram pagos em duas transferências de R$ 50 mil realizadas em nome de uma terceira pessoa e complementadas por outro depósito, de R$ 4 mil, feito por uma quarta pessoa. Segundo o MP, Rafinha Banana distribuiu o bolo para a comunidade, o que foi considerado como ato de campanha.

Desdobramentos

Na manhã desta quinta, a Polícia Federal deflagrou a Operação Coactum para investigar os bastidores da disputa entre os dois grupos políticos em São Bento. O Ministério Público e a polícia suspeitam que os investigados estejam envolvidos com atos de violência para coagir eleitores. Vários suspeitos possuem extensa ficha criminal, inclusive por crimes violentos relacionados às eleições.

Nas buscas, duas pessoas foram presas em flagrante por posse de arma de fogo de uso restrito, tendo sido apreendidas várias armas de diversos calibres, entre as quais uma metralhadora .40, pistolas 9mm e revólveres .380. Também foram apreendidos aparelhos celulares e diversos documentos que têm ligação com a investigação.

DIÁRIO DO SERTÃO

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