header top bar

section content

UFCG campus de Cajazeiras comemora 40 anos de existência; data teve memórias e confraternização

"Lutaremos pela manutenção plena e integral desse importante instrumento transformador de realidades no sertão paraibano”, postou Antonio Fernandes em sua rede social.

Por Diário do Sertão

02/08/2019 às 15h04

UFCG comemora 40 anos de existência em Cajazeiras

Nessa quinta-feira (1), o Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande, campus de Cajazeiras completou 40 anos de existência. Segundo o diretor do CFP, Antonio Fernandes foi realizada uma “manhã de encontro, memórias e confraternização”.

“Apesar do momento difícil pelo qual passa as Universidades Publicas da rede federal de ensino, com bloqueios e cortes no seu orçamento, temos muito a comemorar nestes 40 anos da Universidade Federal – Campus de Cajazeiras. Ao tempo que lutaremos pela manutenção plena e integral desse importante instrumento transformador de realidades no sertão paraibano”, postou Antonio Fernandes em sua rede social.

COMO COMEÇOU
Recém chegado de Louvain, na Bélgica, onde fez um curso de especialização, Padre Gualberto ao assumir a FAFIC com uma visão mais ampla do mundo e com uma larga experiência no setor educacional, aqui chegando, já fazia funcionar nas dependências do prédio da Ação Católica, na Rua Padre Rolim, um cursinho pré-vestibular. Na cidade não se falava em outra coisa, a noticia chegava célere aonde quer que morasse um cajazeirense: Cajazeiras vai ter uma Faculdade.

UFCG campus de Cajazeiras comemora 40 anos de existência

Em 1970, já realizava o seu primeiro vestibular. O sonho se tornava uma realidade e já não era mais preciso os estudantes, nos festejos momescos, realizarem o enterro simbólico, da FAFIC.

Jornadas longas, penosas, dolorosas e difíceis foram enfrentadas e vencidas. Os alicerces estavam feitos. Não havia mais como parar a construção desta catedral de sonhos que era a implantação e consolidação do projeto pioneiro da interiorização do Ensino Superior do Nordeste Brasileiro. Processava-se uma inversão de valores. Concretizava-se uma revolução. Na cabeça dos intelectuais do litoral, na considerada elite pensante das praias da capital, além de não acreditarem no projeto, lisonjeava e até faziam piadas e galhofas do empreendimento.

UFCG campus de Cajazeiras comemora 40 anos de existência

Importaram-se vários docentes. Mas o desafio continuava a cada semestre e de forma inteligente foram requisitados engenheiros, advogados, irmãs religiosas, médicos e sacerdotes para ministrar aulas.

UFCG campus de Cajazeiras comemora 40 anos de existência

As dificuldades para manter a FAFIC iam aumentando. Esta situação fez com que dois homens mais uma vez demonstrando coragem e visão do bem comum, tomaram uma decisão que teve uma repercussão ímpar em toda a região: nove anos depois de funcionamento da FAFIC, Padre Gualberto e Dom Zacarias, no dia 1º de agosto de 1979 transferiu todo o acervo da escola para a Universidade Federal da Paraíba, todo o alunado foi transferido para o recém criado Centro de Formação de Professores e a partir de então, Cajazeiras se transformava no Quinto Campus da UFPB. O ensino agora era gratuito. Como mensurar o bem e a grandiosidade deste gesto? Em pouco tempo o orçamento do Centro de Formação de Professores era quase três vezes o da prefeitura Municipal de Cajazeiras. A amizade conquistada pelo Padre Gualberto, junto ao reitor da UFPB, quando o mesmo ainda era um dos diretores do MEC, em Brasília, professor Linaldo Cavalcante de Albuquerque, foi fundamental para esta importante mudança. Os dois se irmanaram na consolidação da interiorização do ensino superior no interior da Paraíba.

UFCG campus de Cajazeiras comemora 40 anos de existência

Padre Gualberto sentiu-se feliz com esta mudança e não poderia ser diferente a ação deste homem que dedicou mais de 40 anos de sua vida a serviço do povo de Cajazeiras e da região. Uma vida pautada na honradez de caráter, na honestidade dos atos e ações, na fidelidade e obediência ao seu sacerdócio, no reconhecer e ser grato a todos que lhe ajudaram, num sertanejo que se sentia agredido ao ver a miséria, a fome e a pobreza grassarem os seus irmãos sertanejos. Ninguém mais do que ele conhecia a realidade dos estudantes da FAFIC, até porque a grande maioria batia a sua porta pedindo bolsa de estudos e redução de mensalidade e ficava angustiado quando não podia atender. Daí ter sido a favor da incorporação da FAFIC a UFPB, com uma simbólica indenização à diocese, responsável maior pelo investimento.

DIÁRIO DO SERTÃO com informações do historiador Zé Antonio

Recomendado pelo Google: