header top bar

section content

Após repercussão de caso de bullying em Cajazeiras, psicólogo pede que as escolas invistam em ações preventivas e que os pais participem mais da vida escolar dos filhos

Caso de bullying envolvendo filho de músico local chamou a atenção da sociedade e das autoridades para o problema

Por Jocivan Pinheiro

25/11/2016 às 13h33 • atualizado em 25/11/2016 às 13h34

O bullying não é um fenômeno comportamental recente, não é uma prática que surgiu no século 21. Agressões físicas e psicológicas intencionais repetitivas com intuito de amedrontar e excluir pessoas de grupos, sobretudo no âmbito escolar, acontece há muito tempo. Mas é verdade que só agora estamos tratando esse problema com mais atenção e dando a ele a devida gravidade.

No entanto, o bullying ainda é um tabu, uma mazela social difícil de combater porque a maioria das vítimas não o denuncia. Em muitos casos, quando o bullying é descoberto, já é tarde demais, pois as consequências psicológicas nas vítimas as levaram a atitudes extremas como o suicídio, por exemplo.

VEJA TAMBÉM: Globo destaca caso do garoto de 10 anos que sofreu bullying em Cajazeiras

Cícero Lima, psicólogo clínico

Cícero Lima, psicólogo clínico

Para o psicólogo clínico Cícero Lima, as ações de prevenção ao bullying não podem ser mais um privilégio apenas das escolas de grandes cidades. É preciso que todas as unidades de ensino, mesmo as que não dispõem de grandes recursos financeiros, comecem a investir em profissionais especializados que realizem um trabalho constante com os alunos.

“É preocupante que a maioria dos casos vem acontecendo nas escolas. É preciso que seja feito um trabalho voltado nesse sentido, um trabalho preventivo e um trabalho com as vítimas. Elas podem ser trabalhadas na questão das potencialidades delas, dos talentos que esses indivíduos têm para que a sua autoestima possa voltar”, diz o psicólogo.

A prova da necessidade de um trabalho preventivo nas escolas de cidades pequenas foi o caso que aconteceu em Cajazeiras e repercutiu em todo o Estado, quando um famoso músico local descobriu que seu filho era agredido na escola há muito tempo e isso estava afetando a criança física e psicologicamente (relembre o caso aqui).

O pai revelou que seu filho teria confessado que não lanchava antes de ir para a escola porque ao apanhar dos coleguinhas, correria o risco de vomitar. Segundo a denúncia do músico, as agressões ocorriam dentro da sala de aula na ausência dos professores.

O psicólogo Cícero Lima explica que o trabalho de prevenção ao bullying deve começar na própria família, com os pais sendo mais presentes e participativos na vida escolar dos filhos e no dia a dia da escola, abrindo, assim, maior diálogo com suas crianças, com outras crianças e seus pais e com a administração da escola.

“Por isso que é importante a presença dos pais na vida dessas crianças, no sentido de estarem preocupados com o dia a dia delas na escola, de perguntarem como foi a aula, como foi a tarefa do dia, de estarem sempre preocupados nesse sentido, de saber como foi o dia. É importantíssimo que os pais busquem participar mais das questões da escola, frequentar mais a escola”, enfatiza Cícero Lima.

DIÁRIO DO SERTÃO

Recomendado pelo Google: