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VÍDEO: Número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil cresce 37% na Paraíba, mostra IBGE

Em um ano (de 2023 para 2024), 10,2 mil meninos e meninas nessa faixa etária passaram a ser explorados pelo trabalho precoce no Estado

Por Luis Fernando Mifô

20/10/2025 às 10h09 • atualizado em 20/10/2025 às 16h53

Entre 2023 e 2024, aumentou 37% o percentual de crianças e adolescentes, de 5 a 17 anos, em situação de trabalho infantil na Paraíba, conforme análise de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc 2024/IBGE). Em um ano (de 2023 para 2024), 10,2 mil meninos e meninas nessa faixa etária passaram a ser explorados pelo trabalho precoce no Estado. O Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB) vê esse aumento com preocupação e destaca que é preciso intensificar ações de prevenção e combate com o apoio da sociedade.

“Isso é preocupante porque afasta o país da meta de erradicar o trabalho infantil até 2030. Precisamos reforçar as ações de prevenção, como políticas públicas efetivas, projetos estratégicos, com engajamento de todos, de escolas, municípios e Estados, a exemplo do prêmio ‘MPT na Escola’ e, ainda, intensificar as fiscalizações e operações”, comentou o procurador do Trabalho Raulino Maracajá, coordenador Regional da Coordinfância/MPT (Coordenadoria Nacional de Combate ao Trabalho Infantil e de Promoção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes).

O prêmio “MPT na Escola 2025”, em parceria com o Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Fepeti-PB), mobilizou este ano aproximadamente 20 mil estudantes e 2 mil professores de 150 escolas públicas de 15 municípios paraibanos.

Sobre a Pnad

Uma análise feita com base na extração dos microdados das Pesquisas PNADc/2023 e PNADc/2024 do IBGE revela que a Paraíba é o 5º Estado do país (atrás apenas de São Paulo, Pernambuco, Bahia e Paraná) e o 3º do Nordeste com maior aumento do número absoluto de crianças trabalhando.

Segundo a pesquisa, 10.257 crianças e adolescentes, de 5 a 17 anos, passaram a trabalhar em 2024 na Paraíba. O “Diagnóstico Ligeiro do Trabalho Infantil – Brasil, por Unidades da Federação”, com base na PNADc/2024 do IBGE, foi realizado pela Auditoria Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil cresce 37% na Paraíba (Foto: Reprodução/Abrinq)

Os dados da PNAD Contínua 2024 mostram que houve um aumento de 2,1% no contingente de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil no país, em comparação com 2023, atingindo 1,6 milhão de crianças e adolescentes, de 5 a 17 anos, o que corresponde a 4,3% da população nessa faixa etária.

Os dados também evidenciam, como os anteriores já o faziam, que as vítimas do trabalho infantil têm cor, reflexo do racismo estrutural da nossa sociedade: 66% das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil no Brasil são negras.

A pesquisa também comprova que o trabalho infantil diminui a frequência à escola, tendo em vista que enquanto a população de 5 a 17 anos de idade tem 97,5% na escola, entre os(as) trabalhadores(as) infantis a proporção reduz para 81,8%. Essa proporção sofre maior redução à medida que a idade avança, isto é, quanto maior a idade, maior a evasão escolar.

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