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VÍDEO: Agricultores de Boqueirão criticam vazão de liberação da água e alertam para situação de calamidade

Agricultores ribeirinhos que dependem da água do Açude Engenheiro Avidos para o sustento de suas famílias relataram que a situação é crítica e fizeram mais um clamor para as autoridades durante audiência na Câmara de Cajazeiras

Por Luis Fernando Mifô

23/09/2025 às 19h34 • atualizado em 23/09/2025 às 20h30

Agricultores ribeirinhos que dependem da água do Açude Engenheiro Avidos (Boqueirão de Piranhas) para o sustento de suas famílias relataram que a situação é crítica e fizeram mais um clamor para as autoridades nesta terça-feira (23), durante audiência pública realizada pela Câmara de Cajazeiras, em parceria com a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB).

Everaldo dos Santos, morador do sítio Frade, tenta manter o cultivo às margens do manancial e coletar água para consumo humano e animal, mas, segundo ele, a escassez está provocando uma situação de calamidade entre os moradores.

Everaldo culpa a forma como a distribuição da água de Boqueirão para outros açudes e rios está sendo feita através do projeto de transposição. Segundo ele, o açude tem uma vazão de saída maior do que a quantidade que recebe.

“A gente pensava que quando essa transposição chegasse, ia nivelar as bacias para a água que entrar, passar sem prejudicar as bacias. Mas, no caso, não. Boqueirão não pode receber as águas do São Francisco. Estão tirando a água de Boqueirão para São Gonçalo e não estão repondo”, disse o produtor.

Everaldo relata que a liberação das águas de Boqueirão tem prejudicado ribeirinhos de duas maneiras: os que residem no Distrito de Boqueirão sofrem com escassez; e os que cultivam nas regiões mais baixas, às margens dos rios, estão tendo suas plantações destruídas pela água.

Audiência sobre segurança hídrica na Câmara de Cajazeiras (Foto: Diário do Sertão)

Algumas sugestões foram levantadas na audiência, como, por exemplo, manter uma reserva mínima de 120 milhões de metros cúbicos de água em Boqueirão e transferir água que estaria ‘sobrando’ no Ceará por meio de ramais da transposição.

O músico e poeta Chico Xavier, que também reside do sítio Frade, afirma que mais de 2 mil famílias estão passando por uma situação de calamidade.

“Pessoas estão derramando lágrimas correndo atrás de água, perdendo animais atolados, coisas que a gente não viu a 30 anos atrás. Nem com o volume morto o açude chegou nessa situação. Depois de tantas reivindicações, de tanto clamor, de pedir apoio das autoridades, eles se acostaram a nós. Esperamos que essa audiência pública traga proveito para todos nós”.

DIÁRIO DO SERTÃO

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