VÍDEO: Varejo, construção civil e transportes são os setores mais impactados com aumento da taxa Selic
De acordo com assessor de investimentos Elan Nascimento, o aumento da taxa de juros para 14,25% tem como objetivo controlar a inflação, tentando trazê-la para dentro da meta estipulada pelo governo
Na última quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou um aumento de 1% na taxa Selic, elevando de 13,25% para 14,25% ao ano. Este ajuste significativo foi explicado pelo assessor de investimentos Elan Nascimento na coluna Economia, do programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão, onde ele trouxe uma análise sobre os impactos dessa medida no mercado financeiro e nos diferentes setores da economia brasileira.
De acordo com Nascimento, o aumento da taxa de juros tem como objetivo controlar a inflação, tentando trazê-la para dentro da meta estipulada pelo governo. No entanto, ele alerta que os juros elevados por longos períodos pode ter efeitos prejudiciais para certos setores da economia, especialmente aqueles mais dependentes de crédito e financiamentos.
“Quando a Selic sobe, o custo do crédito aumenta, o que acaba se tornando um obstáculo significativo para empresas e consumidores. Isso reduz investimentos e restringe o consumo, o que impacta diretamente o crescimento econômico”, afirmou Elan.
Para ele, a tentativa do Banco Central de controlar a inflação com juros mais altos pode funcionar, desde que a taxa comece a ser reduzida após um período de ajustes. Caso contrário, o cenário de juros elevados se torna insustentável para muitas empresas, levando algumas até a recorrer a pedidos de recuperação judicial.
Nascimento também destacou que o aumento da Selic afeta especialmente setores que dependem fortemente de financiamentos. Entre os mais impactados estão o varejo, que depende do consumo das famílias, a construção civil, devido ao encarecimento dos insumos, e o setor de transportes, que também precisa de crédito para manter suas operações e expandir suas infraestruturas. Todos esses segmentos, segundo o especialista, são altamente alavancados, ou seja, necessitam de grande volume de crédito para sustentar suas atividades.
A crise de endividamento também foi mencionada por Nascimento, que trouxe à tona números alarmantes sobre o aumento de pedidos de recuperação judicial. No ano passado, o Brasil registrou 2.273 pedidos desse tipo, representando um aumento de 61,8% em relação a 2023. Esse cenário de dificuldades financeiras pode ser agravado por um ambiente de juros elevados, que torna mais difícil a renegociação de dívidas e a continuidade das operações dessas empresas.
Por fim, Elan Nascimento concluiu que, embora um aumento na Selic não seja necessariamente insustentável a longo prazo, a continuidade dessa taxa elevada pode levar a um cenário econômico mais desafiador, principalmente para setores estratégicos da economia. O especialista destacou a importância de monitorar as ações do Banco Central nos próximos meses para avaliar se a inflação será controlada sem causar um impacto negativo excessivo no crescimento econômico do país.
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