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VÍDEO: Agricultor de Cajazeiras enfrenta desafios com chuvas irregulares e risco de pragas na plantação

Com 62 anos, seu Francisco sempre viveu da roça para sustentar sua família e, em sua vasta plantação, ele destacou a irregularidade do período que deveria ser chuvoso como um dos principais obstáculos enfrentados pelos agricultores da região

Por Fernando Alencar

27/02/2025 às 17h37 • atualizado em 27/02/2025 às 17h42

A reportagem da TV Diário do Sertão visitou o sítio Catolé, na zona rural de Cajazeiras, no Sertão paraibano, onde o agricultor Francisco Mangueira, conhecido como Edifram, compartilhou suas experiências e desafios na agricultura.

Com 62 anos, seu Francisco sempre viveu da roça para sustentar a família. Em sua vasta plantação, ele destacou a irregularidade das chuvas como um dos principais obstáculos enfrentados pelos agricultores.

“Prejudica demais porque quando chove essas chuvas fracas e demoradas, o mato cresce. No ano passado, em dezembro, choveu e nasceu muito mato, que não morre. Passa um tempo, ele se segura e, quando chove, aumenta. Já o milho e o feijão não resistem muito tempo. Você cava, coloca a semente, e aquela parte fofa que a gente cobriu seca mais rápido. Quando chega o período mais chuvoso, o que escapou não dá mais para fazer aquele rendimento. Sem falar que você tem que fazer a replanta”, explicou seu Francisco.

Ele ressaltou que, na região, o conceito de inverno é diferente. “Aqui não existe inverno, é só uma chuvada. O agricultor tem que fazer a vez de louco. Ele tem que aproveitar a chuva; toda vez que chover, ele planta. Vai morrendo, vai plantando, porque quando chega a quadra chuvosa, que geralmente é em março, cria alguma coisa. Mesmo o inverno fraco, ele sempre cria alguma coisa. Só não cria se for seco de tudo”, afirmou.

Com 62 anos, seu Francisco sempre viveu da roça para sustentar a família (Foto: Priscila Tavares/TVDS)

Para seu Francisco, a melhor época para plantar é até o dia 20 de março. “Depois não é aconselhável plantar, porque quando o inverno demora a chegar, corre-se o risco de perder quando o legume mais precisa de água. O milho leva 120 dias para dar fruto, e o feijão, dependendo da variedade, entre 80 e 90 dias”, detalhou.

O agricultor também observou uma diminuição nas chuvas ao longo dos anos. “Quando eu era criança, os invernos chegavam em junho com pouca chuva. Hoje, as chuvas não são bem distribuídas; chove forte em um local e em outro, não. Quando isso acontece, o ano já começa atrapalhado”, lamentou.

Seu Francisco também participa de um projeto de cultivo de graviola (Foto: Priscila Tavares/TV Diário do Sertão)

Além de suas plantações tradicionais, seu Francisco apresentou um projeto de cultivo de graviola, desenvolvido em parceria com a EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), com a renovação do contrato a cada três anos.

“A graviola é muito boa, carrega bastante e tem um preço bom, mas é sensível às pragas. Temos a Broca da Madeira e duas brocas da fruta, além da Cochonilha. A pior de se combater são as brocas da fruta, porque elas estão dentro da fruta. É aconselhável pulverizar na floração, pois a broca perfura a flor e bota um ovo que eclode quando a fruta começa a crescer”, explicou.

Seu Francisco continua a lutar contra os desafios da agricultura no Sertão paraibano, buscando sempre alternativas para garantir a produção e sustentar sua família.

DIÁRIO DO SERTÃO

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