VÍDEO: Em Cajazeiras, engenho atrai comércio de todo o Brasil; veja a produção de rapadura e derivados
Comerciantes de outros estados recorrem ao engenho pela qualidade da rapadura e outros produtos
Na canção “O Cio da Terra”, lançada em 1969, o cantor e compositor mineiro Milton Nascimento constrói com sensibilidade todo o cenário do corte de cana e sua transformação em produtos típicos da culinária nordestina: “Decepar a cana / Recolher a garapa da cana / Roubar da cana a doçura do mel”, diz alguns versos. Porém, muita gente ainda não teve a oportunidade de ver de perto um engenho de cana de açúcar e acompanhar essa tradição herdada desde os tempos do Brasil colônia.
No sítio Riacho do Meio, que fica na zona rural do município de Cajazeiras, Alto Sertão da Paraíba, à margem da rodovia PB 400 e distante pouco mais de 18 km da cidade, uma família ainda mantém em plena atividade um dos engenhos mais antigos do estado. Não se sabe com certeza, mas trabalhadores afirmam que o engenho tem cerca de 150 anos. A TV Diário do Sertão foi conferir todo o processo de produção de derivados como a rapadura, o caldo de cana, a batida e o alfenim.
A produção começa na colheita da cana de açúcar. Apesar de enfrentarem uma seca que há muitos anos castiga a região, os canaviais conseguem se manter vivos graças a um açude que fica a cerca de 1 km de distância, de onde é trazida a água para abastecê-los. Depois, entram em ação os burros e suas carroças, que levam as cargas de cana para o engenho. O trabalho também é exaustivo para os animais, que chegam a transportar entre 80 a 90 cargas por dia.
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No engenho é a vez dos homens assumirem a produção. No meio das abelhas, cobertos pela fumaça que sobe das caldeiras e sob alta temperatura que incomoda bastante quem não está acostumado com o local, 20 trabalhadores se dividem em funções distintas e complementares para produzir rapadura, batida, caldo e alfenim. Muitos deles herdaram a função dos pais que também passaram pelo famoso Engenho do Riacho do Meio.
A última etapa, finalmente, é a venda dos produtos, que acontece de forma direta, com as pessoas que moram na região indo até o engenho; também por distribuição para o comércio na cidade; e ainda por ‘importação’, já que comerciantes de outros estados também recorrem ao engenho do Riacho do Meio por causa da qualidade da sua rapadura e companhia.
DIÁRIO DO SERTÃO
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