VEJA TRAJETÓRIA: De vendedor de galinha, a empresário de uma das maiores empresas do Nordeste
Em uma entrevista inspiradora ao jornalista Heron Cid, no programa Frente a Frente, na TV Arapuan, Deca abriu sua vida pessoal e empresarial
Muitos paraibanos já compraram um produto ou serviço do grupo Atacadão Rio do Peixe e ouviram falar do seu fundador, o senador José Gonzaga Sobrinho, ou simplesmente Deca. Entretanto, nem todos sabem a história, por trás deste homem que, de “guardador de sela” e “vendedor ambulante de galinha”, tornou-se o terceiro maior atacadista do Nordeste e senador.
Em uma entrevista inspiradora ao jornalista Heron Cid, no programa Frente a Frente, na TV Arapuan, Deca abriu sua vida pessoal e empresarial e mostrou que com “talento”, “coragem”, “disciplina” e, sobretudo “ousadia” é possível vencer as maiores adversidades.
Deca contou que sua vida começou a andar quando ele tinha dez anos de idade e deixou o ‘Sítio Vázea de Cacimba’, hoje localizado no município de Joca Claudino, ex-Santarém, e foi à Uiraúna, região de Cajazeiras, morar na casa da avó para ser guia de um tio cego.
“Alí eu comecei os meus primeiros passos sozinho. Meu pai não tinha condições de segurar aí eu comecei a pensar em ganhar alguma coisa para me sustentar”, narrou Deca.
Seu primeiro negócio em Uirauna foi pastorear selas de cavalos das pessoas que vinham a cidade fazer compras não tinham onde deixar os assessórios dos animais.
“Com 11 anos de idade aluguei um quartinho ao lado de um açude para fazer esse trabalho aos sábados. E ali comecei a minha vida financeira independente dos meus pais”, contou Deca ao lembrar que a popularidade do tio e é a “fé no futuro” lhe instigou ao primeiro negócio.
DE UIRAÚNA PARA CAJAZEIRAS
Só que Uiraúna, que antes foi deslumbre para o menino do sítio, logo tornou-se pequena para os sonhos ambicionados por Deca e ele acompanhou a família que tinha se mudado para a cidade de Cajazeiras. Lá, já aos 14 anos, Deca instalou uma banca na feira da cidade.
“A feira foi um sucesso porque os produtos que colocava na banca, eu vendia tudo. Para o negócio eu nunca tive acanhamento”, afirmou.
A feira levou Deca para o mercado atacadista. Ele lembra que sua banca ficava em frente a uma empresa chamada ‘Rio Piranhas’ e sua desenvoltura no comércio acabou chamando a atenção do proprietário que era seu cliente na compra de galinha, pois ele vendia os animais durante a semana.
“Eu ia a zona rural, comprava galinhas, botava no e saia vendendo. O senhor Arcanjo era um grande cliente, me convidou para trabalhar em sua empresa”, destacou.
NO ARMAZÉM DE SEU ARCANJO
Deca entrou na empresa como contínuo. Foi vendedor, subgerente e após 11 anos de trabalho saiu como gerente do empreendimento. Desse tempo, Deca lembra um feito inusitado: demitiu o próprio patrão por não concordar com algumas transações comerciais pouco interessantes para o estabelecimento.
Ainda na ‘Rio Piranhas’, Deca passou a ser vendedor aos domingos para poder juntar dinheiro. O salário da semana ele doava para o sustento da família.
Através dessa nova empreitada, Deca diz que conseguiu comprar sua primeira bicicleta e, posteriormente, seu primeiro automóvel: um fusca.
Esses também foram os primeiros passos para a criação do que hoje é o Atacadão Rio do Peixe.
E O RIO DO PEIXE?
“O Rio do Peixe começou com essa luta ao domingos e essa luta de vencer”, destacou ao lembrar que o empreendimento hoje tem 7 mil funcionários e atua em sete estados do Nordeste nas divisões de atacado, distribuição, varejo, telecomunicação e indústria.
VIDA POLÍTICA
Sucedido no campo empresarial, Deca falou da sua passagem pelo Senado, em substituição ao senador Cássio Cunha Lima (PSDB) que está de licença.
Para o tucano, substituir Cássio não “está sendo fácil” diante da história e importância política do senador.
Nos quatro meses no Senado, Deca disse que empenhou forças na luta pela conclusão das obras da Transposição que vai trazer água do Rio São Francisco para a Paraíba.
Sobre o futuro político, Deca não descartou disputar um mandato eletivo nas próximas eleições. Ele lembrou que a região de Cajazeiras é carente de representantes em Brasília e pretende dar continuidade ao trabalho que começou como senador.
“Tenho pretensão de continuar ajudando o meu país e todo o meu estado de Cabedelo a Cajazeiras. Mas política é espaço e depende da conjuntura”, afirmou.
DIÁRIO DO SERTÃO com MaisPB
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