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Artista sousense dá nota zero a Fundação de Cultura e diz que sofreu preconceito: “Quem fazia teatro era homossexual ou prostituta”

Em momento de desabafo ele deu zero ao preconceito cultural, afirmando já ter sido vítima desse tipo de preconceito.

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27/11/2013 às 18h44

O Programa Frente a Frente da TV Diário do Sertão, apresentado pelo jornalista Jackson Queiroga entrevistou nessa segunda-feira (25), o ator, teatrólogo e cineasta Luiz Torres Cacau. 

Na ocasião ele falou sobre sua infância em Sousa, suas lembranças e memórias dessa época, sempre com muita nostalgia. Falou sobre seu início de carreira como ator, afirmando que teve na família a liberdade para escolher a carreira artística. Com uma linguagem fácil e muitas histórias pra contar Luizinho Cacau como e conhecido, revelou a origem do seu sobrenome, Cacau. 

Segundo ele, seu pai que era um boêmio, resolveu por conta própria adotar esse sobre nome ao invés de Sarmento, fato comemorado por ele, pois na carreira artística, um sobrenome incomum ajuda a dar notoriedade ao artista.

Ele falou também sobre seu filme que faz parte do Projeto Revelando os Brasis que é apoiado pela Petrobrás, onde seleciona boas histórias de todo o país para se transformar em filme e ser mostrado para vários públicos. 

O filme que ele escreveu o roteiro e dirigiu foi “O homem e a serra”, que conta a história de um sertanejo que passou mais de uma década vivendo numa serra sem contato com outras pessoas e foi exibido em rede nacional na Tv Futura.

No Programa Frente a Frente ele participou do quadro “Que nota você dá” onde lhe foram propostos dez temas entre assuntos e nomes de personalidades ou pessoas do seu convívio. No quadro ele teria que dar dez ou zero ao que lhe era apresentado.

Notas dez
Não foram muitas notas dez, apenas três. Ele se emocionou ao dar dez aos seus pais Dona Edite e Seu Cacau, ressaltando o legado de honestidade e de ensinamentos deixados pelo seu pai já falecido e a alegria e espontaneidade que acompanha sua mãe até hoje. Ao falar de seus filhos Rodolfo e Pablo enfatizando que sua vida mudou após a chegada de seus filhos.

A outra aprovação foi a renovação do grupo de teatro oficina que ele dirige há décadas, que agora recebe novos atores e com eles mantém diálogo, havendo as vezes discordância que não o incomoda, pois isso, faz parte da diversidade e as discussões são em sua maioria construtivas, acredita ele.

Notas zero
Dos dez temas propostos, sete receberam a desaprovação de Luiz Cacau, tendo sua avaliação sempre pautada no seu olhar cultural e na busca por melhorias nas condições do povo em geral de ter acesso à cultura.

Logo no início deu nota zero aos empresários que não investem na cultura local, dizendo que o apoio do empresariado é de suma importância para a realização de eventos culturais, sobretudo de cultura de raiz, a cultura que transforma. Ele enfatizou que em Sousa não tem do que reclamar quanto a esse aspecto, sempre que seu grupo teatral precisou, teve empresários para dar o suporte necessário.

Quanto à possível derrubada do histórico prédio do Colégio Comercial Cônego José Viana, ele se posicionou contra, afirmando que desde o ano passado, numa ação conjunta com a sociedade civil e segmentos artísticos da cidade, conseguiram que o prédio não fosse demolido e sua posse fosse confirmada com o Estado que deve, muito em breve, que haja uma restauração e que se transformasse num equipamento cultural, beneficiando todo o Sertão.

Em um momento de desabafo ele deu zero ao preconceito cultural, afirmando eu já tinha sido vítima desse tipo de preconceito. “Quem fazia teatro era homossexual se fosse homem, se fosse mulherera prostituta”, afirmou ele dizendo que hoje o preconceito diminuiu.

Aos se deparar com um envelope que continha o tema “Fundação de cultura de Sousa”, Luiz reprovou. Segundo ele ainda não aprendeu o que fazer com esse mecanismo. “Minha nota é pela falta de compreensão com esse equipamento, não é pela gestão do mesmo”, frisou.

Segundo eles em Sousa leis que poderiam beneficiar artistas e eventos artísticos não são respeitadas. “Temos uma lei municipal que não funciona, uma parte pela culpa do poder municipal e uma grande parte pelos artistas de Sousa que se limitam a poucas pessoas que defendem uma politica cultural para município”, desabafou. “Se todos os artistas da cidade se unissem e lutassem pelo objetivo comum da classe, a realidade era outra”, argumentou.

Sobre as ações do poder público no âmbito cultural ele ainda disse que as leis de incentivo a cultura devem ser implementadas, pois o artista não quer favor, quer sim concorrer a editais e mostrar o seu talento da forma mais genuína e correta possível.

Veja vídeo!

DIÁRIO DO SERTÃO

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