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Professora diz que auxílio foi liberado de forma irresponsável e revelou as ‘entranhas’ da desigualdade

Na avaliação da professora, era possível espalhar caixas eletrônicos em vários pontos estratégicos para reduzir aglomerações

Por Luis Fernando Mifô

03/06/2020 às 16h17 • atualizado em 03/06/2020 às 16h23

A professora de Sociologia Mariana Moreira criticou a forma como o auxílio emergencial para pessoas desempregadas durante a pandemia do coronavírus foi liberado pelo Governo Federal. Segundo ela, o governo não se preocupou em dar condições para que os beneficiários pudessem sacar o auxílio sem formar aglomerações em filas de bancos e lotéricas, correndo risco de contrair a Covid-19.

Na avaliação da professora, era possível espalhar caixas eletrônicos em vários pontos estratégicos para reduzir aglomerações.

“Parece que a concessão do auxilio emergencial foi apenas uma propaganda política para dizer: ‘Nós estamos preocupados com a população. A gente joga os bichinhos numa fila dessas, vai morrer a metade contaminada pelo vírus, mas a gente deu os 600 reais'”, disse Mariana.

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Ela também chama atenção para o nível de desigualdade social que o auxílio emergencial revelou no Brasil, sobretudo entre as populações negra e parda, e a grande quantidade de pessoas que não tinham nenhum cadastro comprovando sua existência enquanto cidadão perante o Estado.

“A pandemia apenas expôs as entranhas desse dantesco quadro que é a realidade econômica e política brasileira, que é uma realidade de exclusão muito forte, de grande parte da população que é parda ou negra, que traz essa herança da pobreza, do atraso, de viver em situações de absoluta precariedade”.

DIÁRIO DO SERTÃO

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