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VÍDEO: Criador do Vale do Piancó gasta quase duas toneladas de ração por semana para salvar gado da seca

Reportagem de Waba Palestina mostra dia a dia de Antônio de Ananias, criador que luta para manter o rebanho vivo no Sertão

Por Luiz Adriano

10/12/2025 às 19h19

Enquanto a seca avança e castiga o Sertão da Paraíba, a paisagem revela um cenário devastador para agricultores e criadores. A estiagem prolongada tem dificultado a manutenção dos rebanhos e elevado os custos para quem vive da roça.

Para entender essa realidade de perto, a reportagem de Waba Palestina esteve na comunidade Gravatá, no município de Santana dos Garrotes, no Vale do Piancó, onde conheceu a rotina dura e persistente de Antônio de Ananias, um criador que enfrenta diariamente os efeitos da seca para salvar seu gado.

Antônio cuida de 22 cabeças de gado, e apesar das dificuldades, comemora o fato de não ter perdido nenhum animal até agora. A sobrevivência do rebanho, no entanto, tem um preço alto. Sem pasto, ele depende exclusivamente de ração comprada. A cada semana, utiliza 2 mil quilos de silagem de milho, e cada carregamento, de acordo com ele, custa R$ 1.900.

“O criador, tudo que ele tem vem do gado. Aí recompensa se Deus der um bom inverno, dá para recuperar”, desabafa. Antônio explica que, na atual situação, só é possível vender gado gordo, pois o gado magro perde totalmente o valor de mercado: “Gado magro não tem comércio”, lamenta.

Mesmo diante das adversidades, o criador mantém a esperança de que o próximo ano seja melhor. Para 2026, a expectativa é por chuvas que garantam a sobrevivência dos pequenos produtores, que são os mais impactados pela estiagem.

“A experiência sempre é acreditar num inverno bom que Deus dê para nós. Porque se não tiver, vai se acabar tudo. O pequeno se acaba”, afirma.

Fotos: frame de vídeo

A rotina de Antônio representa a realidade de milhares de sertanejos que lutam diariamente para manter suas criações vivas, resistindo com fé, sacrifício e trabalho árduo, enquanto aguardam o retorno das chuvas que transformam e sustentam a vida no semiárido.

DIÁRIO DO SERTÃO

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