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VÍDEO: Amanda Silveira revela preocupação com ofício da AESA sobre repartição de água: “É inadmíssivel”

Despacho Técnico da Agência afirma que a alocação de águas através do projeto de transposição do Rio São Francisco para os Eixos Leste e Norte da Paraíba será feito somente após o período chuvoso de 2026

Por Luis Fernando Mifô

11/11/2025 às 17h52 • atualizado em 11/11/2025 às 17h57

No programa Olho Vivo desta terça-feira (11), na Rede Diário do Sertão, a presidente da Câmara Municipal de Sousa, Amanda Silveira (PSB), revelou uma informação que preocupa a todos que estão lutando por uma solução urgente para a crise hídrica que afeta moradores das regiões de Cajazeiras e Sousa, no Sertão paraibano, sobretudo as famílias ribeirinhas que tiram seu sustento das águas dos açudes locais.

Amanda recebeu um Despacho Técnico da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA) afirmando que a alocação de águas através do projeto de transposição do Rio Francisco para os Eixos Leste e Norte na Paraíba será feito somente após o período chuvoso de 2026.

A notícia frustrou a vereadora, principalmente porque os encaminhamentos feitos durante a audiência pública que aconteceu no dia 24 de setembro desse ano, na Câmara de Sousa, deixou os parlamentares e a população esperançosos. Amanda recorda que naquela audiência o Poder Legislativo municipal solicitou da AESA a disponibilidade de água da transposição para a Barragem Lagoa do Arroz, localizada em Cajazeiras, mas que abastece parte do município de Sousa por meio do Rio do Peixe.

A AESA, por sua vez, encaminhou ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) o Plano Operativo Anual (POA) para o exercício de 2026, no qual está prevista uma vazão total de 5,4160 m³/s destinada ao Estado da Paraíba. Porém, somente após o período chuvoso de 2026 será realizado o processo de alocação de águas, tanto no Eixo Leste quanto no Eixo Norte. “Somente após a conclusão dessas alocações será definida a repartição da vazão disponível entre os diversos usuários e demandas prioritárias, conforme critérios técnicos, disponibilidade hídrica e diretrizes estabelecidas no Plano de Gestão Anual”, informa o Despacho Técnico da AESA.

“Isso nos preocupou muito, e a gente precisa contar com o apoio de vocês da imprensa, da mobilização de toda a sociedade civil para que a classe política se una para que a gente leve esse pleito. Estaremos deliberando pelo envio do ofício ao prefeito de Sousa, Helder Carvalho, para que ele, junto conosco, possa fazer contato com o governador João Azevêdo; se necessário, com o presidente Lula, porque é inadmíssivel que a gente tenha essas decisões adiadas para 2026. Nós precisamos ter essa segurança hídrica este ano. Nossa perspectiva era que até 10 de outubro esse POA já tivesse sido retificado com a vazão que se espera, que é necessária para dar a segurança que todos esperam”, protestou Amanda Silveira.

Manifestantes bloqueram a PB-400, em Cajazeiras, reivindicando uma solução para a vazão de água do Açude Engenheiro Avidos (Fotos: Reprodução/Redes Sociais)

Na manhã e tarde desta terça, manifestantes bloqueram a rodovia PB-400, em Cajazeiras, reivindicando as presenças de representantes dos órgãos reguladores de água para discutir a situação do Açude Engenheiro Avidos (Boqueirão de Piranhas), que, segundo eles, vem perdendo volume de forma acelerada devido à vazão para outros reservatórios.

Essa situação envolve diretamente os interesses dos municípios de Cajazeiras e Sousa – além dos adjacentes – porque Boqueirão também abastece o Açude de São Gonçalo, em Sousa, que atende aos ribeirinhos locais. Já o Açude Lagoa do Arroz, também em Cajazeiras, manda água para Sousa através do Rio do Peixe.

A vereadora Amanda Silveira garante que o Poder Legislativo sousense não vai “baixar a guarda” e irá intensificar a luta pela alocação da água o mais breve possível. Ela também ressalta que as reivindicações dos sousenses não são uma disputa de forças com Cajazeiras.

“Nós precisamos é nos unir. Não são forças contrárias. A gente precisa dar as mãos para que a gente possa, junto com as lideranças políticas da região de Sousa e da região de Cajazeiras, unir forças para que a gente possa solucionar esse problema que é de interesse de todos”.

DIÁRIO DO SERTÃO

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