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VÍDEO: Problema de queimadas no Sertão pode ser resolvido com educação e tecnologia, defende engenheiro

Na visão de Figueiredo, a combinação de tecnologia e incentivos governamentais pode apontar o caminho para reduzir o problema das queimadas no Sertão sem penalizar os pequenos produtores

Por Luiz Adriano

17/09/2025 às 17h05

Na coluna semanal “Diário de Obras”, o engenheiro Fernando Figueiredo chama atenção para um problema que se repete todos os anos no Sertão: os incêndios que marcam os meses de setembro e outubro.

Segundo ele, a situação tem uma explicação cultural. “Quem é da região sabe que, nesse período, os pequenos agricultores começam a preparar o solo para a pré-plantação. É uma prática antiga, passada de geração em geração. O problema é que isso coincide justamente com os meses mais quentes do ano. Quando juntam esses dois fatores, a gente tem problemas críticos na nossa região: risco à vida, risco ambiental e tantas outras consequências”, destacou.

A agricultura familiar do Sertão tem como base, culturas como milho e feijão, que se desenvolvem apenas com as águas da chuva, sem a necessidade de irrigação. Mas, para limpar o terreno e se preparar para o plantio, muitos agricultores ainda recorrem às queimadas — um método rápido, mas que vem se tornando cada vez mais perigoso diante das altas temperaturas e da seca prolongada.

Incêndios florestais – Foto: Corpo de Bombeiros

Soluções possíveis

Para Figueiredo, a resposta não está em criminalizar os pequenos agricultores, mas em oferecer alternativas. “Estamos falando de famílias que preservam tradições de seus ancestrais. Sou contra punições excessivas. O que funciona de verdade é a educação ambiental e o incentivo à agricultura familiar”, explicou.

Entre as propostas, ele cita o fomento por meio de linhas de crédito específicas, como as oferecidas pelo Banco do Nordeste. “O agricultor pega o empréstimo, paga com taxas baixíssimas de juros. Por que não vincular esse financiamento à verificação do manejo ambiental adequado, principalmente evitando as queimadas?”, questionou.

Outra frente apontada pelo engenheiro é o investimento em tecnologia. O manejo correto da vegetação exige maquinário, algo que falta à maioria dos agricultores familiares. Ele exemplifica com o caso de Cajazeiras, que já conta com um triturador de vegetação. “Se as secretarias de Agricultura dos municípios tivessem equipamentos desse tipo, poderiam ir até as propriedades, triturar o material e ainda auxiliar na adubação. Seria uma excelente opção”, afirmou.

Na visão de Figueiredo, a combinação de tecnologia e incentivos governamentais pode apontar o caminho para reduzir o problema das queimadas no Sertão sem penalizar os pequenos produtores.

Fernando Figueiredo é engenheiro civil e professor universitário. Inscreva-se em seu canal do Youtube: Canal do Fernando Figueiredo ou acesse seu Instagram: @fernandofigueiredos.

DIÁRIO DO SERTÃO

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