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VÍDEO: Pesquisa científica comprova presença de povos originários em Cachoeira dos Índios

O livro digital com a história reescrita do município cachoeirense é resultado da pesquisa do professor Djalma Dantas, com participação de alunos e pesquisadores. Na obra existem reportagens da TV Diário do Sertão que resgatam memórias e fatos marcantes da história do município

Por Luiz Adriano

15/05/2024 às 19h28

O professor Djalma Luiz do Nascimento Dantas, historiador da cidade de Cachoeira dos Índios, foi entrevistado no programa Olho Vivo da Rede Diário do Sertão e falou sobre seu livro digital lançado recentemente com a história do município cachoeirense.

Durante a entrevista, o docente relatou como foi os dois anos de pesquisa e destacou que a obra de fato reescreveu a história do município, por meio de uma intensa investigação ouvindo pessoas e conhecendo cada ponto da comunidade que os conhecimentos direcionavam.

Um dos achados mais importantes foi o descobrimento de um sítio arqueológico. Ele relata que a partir daí descobriu a ancestralidade tupi no município, o que segundo ele, pode mudar a História da Paraíba.

“Eu tenho um artigo que diz que os grandes historiadores paraibanos até o século XXI diziam que os índios tupis só tinham ocupado o Litoral e no máximo o Cariri. Ao encontrarmos um sítio arqueológico tupi na última cidade da Paraíba, quando a gente tiver acesso a datação, se for por mais de 800 anos, toda a história vai ter que ser reescrita, porque eles estavam aqui antes da chegada dos portugueses, e não foram expulsos pelos portugueses do Litoral para o interior. Isso nós precisamos descobrir e Cachoeira dos Índios hoje é referencia de arqueologia e da história”, enfatizou o professor.

professor Djalma Luiz do Nascimento Dantas – Foto: TV Diário do Sertão

NOME DA CIDADE

Com um projeto denominado de Akangatu, sob sua supervisão, o professor Djalma, juntamente com seus alunos da Escola Municipal Maria Cândido de Oliveira, conseguiram a façanha de justificar o nome Cachoeira dos Índios, que segundo o historiador, era motivo de chacota porque pessoas diziam que o município era o “mais mentiroso da Paraíba”, pois não tinha cachoeiras e nem índios.

Ele explica que durante as pesquisas foram descobertas quatro cachoeiras. “Agora sim existe. Registramos, tornamos a público. É importante dizer isso, que as cachoeiras estavam lá, a comunidade não sabia, nós não conhecíamos, mas agora nós passamos a conhecer e saber que elas existem. Encontramos embaixo da terra com achados de cerâmica, índios, através dos vestígios, cerâmicas deixadas que estão ai entre 600 e 800 anos de expectativa de sua elaboração”, comemorou.

“Então não resta mais dúvida, que alunos da Escola Maria Cândido de Oliveira, depois de mais de 61 anos de emancipação política do município, alunos da educação básica junto com o seu professor, conseguem justificar depois de anos o nome do município. Isso muito nos orgulha porque é uma participação coletiva, plural, de significado e significãncia histórica para o município”, destacou o professor.

Durante as pesquisas foi comprovado também a existência de uma índia viva que é nascida em Cachoeira dos Índios e que poucas pessoas conheciam. Trata-se de Hannah Cacy Potiguar.

Hannah Cacy Potiguar – índia cachoeirense – Foto: divulgação

MAIS DE 50 PESSOAS ENTREVISTADAS

Djalma ressaltou que de princípio, um dos grandes problemas era a falta de fonte, mas com o empenho coletivo (professor e alunos), tudo foi estudado partindo primeiro da memória, ou seja, da tradição oral, onde mais de 50 pessoas foram ouvidas.

Começamos ouvindo a comunidade […]. Nós levantamos a memória para depois da memória buscar as fontes documentais que pudessem comprovar diante das divergências”, pontua.

“Adentramos as propriedades, rodamos mais de 5 horas dentro da mata e encontramos aonde é provavelmente o aldeamento indígena, que é o forno tupi, então a comunidade com sua memória nos ajudou a fazer história”, concluiu.

Os achados arqueológicos se deram no sítio Boa Fé, zona rural de Cachoeira dos Índios.

CLIQUE AQUI e acesse o livro digital.

Assista abaixo a entrevista na íntegra:

DIÁRIO DO SERTÃO

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