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[VÍDEO] Animais mortos e muita seca: o triste cenário que cresce às margens de rodovia no Vale do Piancó

Para piorar a situação, moradores ainda insistem em praticar a 'broca', uma atividade que consiste em queimar o mato para limpar terrenos

Por Jocivan Pinheiro

01/11/2023 às 17h21 • atualizado em 01/11/2023 às 17h42

O repórter Cláudio Nepó, da TV Diário do Vale, afiliada da TV Diário do Sertão, flagrou uma cena triste ao passar pela rodovia estadual PB-374, entre Coremas e São José da Lagoa Tapada, no Vale do Piancó, Sertão paraibano.

Na luta pela sobrevivência em período de estiagem, alguns animais não resistem e morrem às margens das estradas. Carcaças de gado em meio às juremas secas são cada vez mais comuns, evidenciando o aumento da temperatura e a falta de chuva.

Para piorar a situação, moradores ainda insistem em praticar a ‘broca’, uma atividade que consiste em queimar o mato para limpar terrenos.

Nepó também mostrou um pequeno barreiro que, antes da estiagem, era um açude cheio. Agora, o cenário é quase desértico. Seres humanos e animais sofrem com a falta do líquido.

A seca que atinge os municípios da área norte do Nordeste deve se agravar até janeiro de 2024. A previsão é do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), que monitora a estiagem na região. O painel de monitoramento do El Niño, publicado mensalmente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em conjunto com outras instituições, e o prognóstico de precipitação para os próximos três meses indicam chuvas abaixo da média para a área. As duas unidades são vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Animais mortos às margens da PB-374, no Sertão paraibano (Foto: Reprodução/TV Diário do Vale)

Chuvas no Sul, calor no Nordeste

Segundo o painel de monitoramento, o fenômeno El Niño deverá atingir o pico de intensidade entre os meses de dezembro de 2023 e janeiro de 2024. Em termos de temperatura, a perspectiva é de que mantenha a classificação como forte. Porém, no Atlântico, a anomalia de temperatura da parte Tropical Norte causa um efeito muito negativo nas precipitações do norte do Nordeste.

Nos últimos três meses, as chuvas foram escassas e irregulares no Nordeste, ampliando a área de déficit pluviométrico. A previsão para o trimestre indica que a falta de chuva deverá continuar até janeiro. Segundo o Inpe, os fenômenos continuarão a atuar no primeiro semestre de 2024, o que pode contribuir para manter as chuvas abaixo da média durante a estação chuvosa do norte do Nordeste, que ocorre principalmente entre os meses de fevereiro e maio.

A região Nordeste tem 1.793 municípios e população de cerca de 57 milhões de pessoas, praticamente quatro vezes mais que o número de municípios da região Norte, que sofre, neste momento, com uma seca severa na bacia amazônica. Além do contingente populacional que pode ser impactado, a possibilidade de redução da produção agrícola, predominantemente de subsistência, e os impactos sobre a qualidade da água para consumo humano e animal indicam um cenário de preocupação.

DIÁRIO DO SERTÃO

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