VÍDEO: Lixo de Cajazeiras começa a ser enviado para aterro em Sousa, mas ex-secretário discorda da decisão
Começou a prometida parceria entre a Prefeitura Municipal de Cajazeiras e um aterro sanitário particular para dar um destino aos resíduos sólidos, ou seja, o lixo produzido diariamente em Cajazeiras
Começou nesta segunda-feira (07) a prometida parceria entre a Prefeitura Municipal de Cajazeiras e um aterro sanitário particular para dar um destino aos resíduos sólidos, ou seja, o lixo produzido diariamente no município de Cajazeiras.
Através dessa parceria, oficializada em processo licitatório, todos os resíduos coletados em Cajazeiras pela empresa de limpeza pública Limpcar serão levados para o aterro que foi contratado pela prefeitura. Assim, os resíduos deixam de ser depositados no lixão a céu aberto, uma área rural que já está bastante degradada porque durante mais de 20 anos nenhum prefeito estabeleceu, de fato, uma política de resíduos sólidos no local.
Para o prefeito Zé Aldemir e para a secretária municipal de Meio Ambiente Branquinha Abreu, esse problema ambiental e de saúde pública foi finalmente resolvido, agora que o lixo tem um aterro para ser depositado. Mas há quem não concorde com essa iniciativa da gestão municipal.
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O professor José Maria Gurgel, que já foi secretário de Meio Ambiente de Cajazeiras e tem um histórico de luta na causa, considerou “arbitrária” e “antidemocrática” a decisão de contratar um aterro particular porque, segundo ele, faltou debater com outros seguimentos e pensar em outros aspectos ambientais que envolvem a coleta de lixo, como por exemplo a situação dos catadores que tiram o sustento dessa atividade e também contribuem com o meio ambiente.
“Houve uma discussão na Câmara de Vereadores sobre a questão ambiental? A imprensa divulgou isso aí? A gente vê uma imprensa amordaçada, a gente vê uma Câmara de Vereadores calada. Isso é muito ruim pra cidade, faz com que que o prefeito tome decisões arbitrárias que, sequer, vai beneficiar a cidade de Cajazeiras. Eu pergunto: como é que estão sendo colocados os catadores? Porque eles são peça importante na questão do meio ambiente porque eles estão lá no processo de catação, no processo das casas, estão nas ruas, estão acompanhando de perto todo processo do fazer o lixo”, opina o professor.
José Maria Gurgel defende que o terreno onde fica o lixão de Cajazeiras não seja desativado completamente, mas que seja um local onde a política nacional de resíduos sólidos atue, já que ele foi feito para ser um aterro sanitário. “Eu acredito que deveria ser um instrumento com relação ao meio ambiente. Se ele não reunia as condições para ser o aterro sanitário de Cajazeiras, mas que pelo menos podia dar uma grande contribuição, porque ele foi feito para isso. Mas não existe debate”, ele ressaltou.
Maria Gurgel reitera que não concorda com a decisão de contratar um aterro sanitário particular na cidade de Sousa. “Eu não vejo quais são os benefícios que Cajazeiras tem com esse lixo sendo levado para Sousa. O que está por trás disso tudo? Eu acredito que esse lixão sendo transportado para Sousa, poderá até beneficiar empresários, e a população não é nada beneficiada”, disse.
A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos.
Entre outras coisas, ela busca a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos; cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microrregional, intermunicipal e metropolitano e municipal, além de impor que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
DIÁRIO DO SERTÃO
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