VÍDEO: Ribeirinhos alertam para risco de ‘catástrofe’ se água do açude de Boqueirão passar pela sacadeira
Com a lentidão das obras de recuperação da parede e modernização das comportas do açude de Boqueirão, as famílias que residem às margens do rio Piranhas temem uma catástrofe diante do aumento do volume do manancial com as fortes chuvas
Ribeirinhos do Distrito de Engenheiro Avidos (Boqueirão de Piranhas), em Cajazeiras, estão preocupados com uma problemática envolvendo o manancial e que pode atingir dezenas de famílias.
Com a lentidão das obras de recuperação da parede e modernização das comportas de Boqueirão, as famílias que residem às margens do rio Piranhas, cujo leito segue naturalmente para São Gonçalo, em Sousa, temem uma catástrofe diante do aumento do volume do manancial com as fortes chuvas.
Um ribeirinho de Boqueirão compartilhou um vídeo fazendo um alerta aos colegas que têm moradias, animais e plantações às margens deste açude e também do açude de São Gonçalo. Segundo ele, o DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) precisa aumentar a vazão de Boqueirão para que o volume de água não transborde e passe por cima da sacadeira, uma barreira que foi improvisada para permitir que os operários trabalhem na obra de recuperação da parede.
“Pedimos a vocês, que avisem a todos os irmãos ribeirinhos que tiverem motor, que estiverem morando perto da margem, vão tirando porque é proporcionalmente: a água que ficar entrando em São Gonçalo, se ficar aumentando, nós iremos subir a vazão da válvula até que o sacário do nosso rio não venha trazer prejuízo aos irrigantes. Se começar a trazer prejuízo aos irrigantes, deveremos ser acionados de imediato para que nós possamos acionar a ANA [Agência Nacional das Águas] e, de imediato, mandar baixar as comportas de vertedor. E o prejuízo em relação às sacadeiras é problema da empresa que ainda não concluiu a obra”, desabafa o ribeirinho.
O monitoramento da AESA (Agência Executiva de Gestão das Águas) mostra que o açude Engenheiro Avidos está com um volume de pouco mais de 112 milhões de m³, o que equivale a 38,33% da capacidade total que é de 293 milhões de m³. Os ribeirinhos temem um rompimento da estrutura executada pela empresa, o que aumentaria a vazão da água que segue para São Gonçalo. É o que avalia João Costa, representante da sociedade civil organizada no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piancó-Piranhas-Açu.
“Eu não quero alarmar os ribeirinhos, mas é bom que se tenha cuidado porque foram retirados dois tubos e eles não foram repostos. Isso compromete e muito porque se as águas chegarem a cobrir as sacadeiras, aí o problema é seríssimo”, falou João Costa.
O Comitê alerta os ribeirinhos e cobra a conclusão da obra, orçada em 2022 em R$ 17 milhões. A principal preocupação é em relação a parede provisória, chamada de ‘ensacadeira’ que corre risco de rompimento com o aumento do nível da água.
“É bom que se tenha essa advertência para que o pessoal possa se prevenir. Nós estamos vendo no Brasil e no mundo algumas catástrofes e nós não somos diferentes de ninguém”, acrescentou.
A nossa reportagem tentou contato com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), mas nossas ligações não foram atendidas.
DIÁRIO DO SERTÃO
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