VÍDEO: Comerciante do Recife aciona MP após ser retirada pela polícia de leilão da Prefeitura de Poço Dantas
Advogado que faz parte da assessoria jurídica da prefeitura alegou que a mulher não estava cadastrada para o leilão, se recusava a deixar a sala e estaria "tumultuando" o processo
A comerciante Karla Michelly de Araújo, 41 anos, veio do Recife para participar de um leilão presencial na cidade de Poço Dantas, no sertão da Paraíba, mas acabou passando por momentos de constrangimento e o caso foi parar no Ministério Público. Ela contou à TV Diário do Sertão que, além de ter sido impedida de dar lances no leilão, foi retirada pela polícia da sala.
A comerciante conta que tentou participar do leilão de dois veículos, tipo ambulância, realizado pela Prefeitura de Poço Dantas, mas foi impedida porque não fez um cadastro online 48 horas antes. Ainda segundo ela, há indícios de que o edital sequer foi publicizado como deveria.
Na sala do leilão, quando um dos veículos recebeu um lance de 8 mil reais, Michelly ofereceu 9 mil, mas seu lance não foi aceito. Em seguida, um funcionário da prefeitura sai da sala. Michelly conta que ele chamou a polícia para retirá-la. “Saí como se eu fosse uma meliante, mas eu sou uma trabalhadora, mãe, trabalho com isso há dez anos”, lamentou a comerciante.
Ela diz, ainda, que não tentou impugnar o leilão porque não localizou no edital cláusula para isso. Ao deixar o local, Michelly foi até o Ministério Público da cidade de Sousa e registrou um processo. “Vou até o fim”, falou.
Outro lado
A nossa reportagem conversou com o advogado Odilon Neto, que faz parte da equipe de assessoria jurídica da Prefeitura de Poço. Ele disse que o edital foi divulgado, que existe nele o item que informa sobre a obrigatoriedade de fazer um cadastro prévio 48 horas antes do dia do leilão. E como Michelly não fez esse cadastro, não poderia participar e dar lances. Existe também, segundo o advogado, prazo para registrar pedido de impugnação do processo, mas não foi registrado nenhum pedido dessa natureza.
O advogado alegou também que Michelly estava se recusando a deixar a sala onde acontecia o leilão e estaria “tumultuando” o processo, por isso foi acompanhada pela polícia para fora da sala, mas não foi retirada à força.
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DIÁRIO DO SERTÃO
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