VÍDEO: Catadora de associação rebate denúncias de lixo espalhado na ruas de Sousa: “Não foram os associados”
Maria de Fátima Medeiros pede que o poder público e os moradores colaborem com a associação na coleta seletiva e que o prefeito apoie a associação
Repercutiu na imprensa, na última semana, denúncias de que catadores de materiais recicláveis de Sousa estariam revirando sacolas de lixo e deixando elas abertas, fazendo com que o lixo ficasse bagunçado por ruas e calçadas.
O repórter Bruno Rafael conversou com a presidente da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Sousa, Maria de Fátima Medeiros dos Santos, 42 anos, conhecida como “Tatiana”, para que ela possa se posicionar a respeito das denúncias feitas por moradores.
Tatiana alega que os catadores que bagunçam o lixo doméstico não são associados. Depois, ela pede que o poder público e os moradores colaborem com a associação na coleta seletiva, facilitando o trabalho de quem faz o trabalho com responsabilidade.
“Infelizmente, em relação a Sousa, a gente precisa do apoio do prefeito, da sociedade, que possam nos ajudar. Houve até uma denúncia que achavam que todos os catadores estavam sujando a rua. Alguns eu acho que são capazes, mas não são todos”, falou a catadora.
“Se vocês, que são donos das residências, fizessem essa coleta seletiva, ficaria melhor pra gente, para a sociedade e para o meio ambiente, porque já ajudaria bastante. Não foram os associados que fizeram isso. Mas, desde já, eu peço perdão, e se vocês ajudarem ficaria melhor”, acrescenta.
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Maria de Fátima, presidente da Associação dos Catadores de Recicláveis de Sousa (Foto: Bruno Rafael/TVDS)
Tatiana explica que quando as pessoas ligaram para emissoras de rádio para denunciar os catadores, ela sequer tinha dinheiro para colocar crédito no celular para defender a associação. A presidente lamenta que a categoria não seja ‘abraçada’ pelo prefeito e pela sociedade.
“Ficamos nadando no seco, sem saber o que dizer. E a gente se sentiu como se a gente fosse esquecidos, como se o ser humano não quisesse nos abraçar, como o prefeito não quer, como a sociedade não quer, porque se eles fizessem isso pela gente, em questão de selecionar, e se o prefeito criasse projeto para a associação, eu acho que hoje Sousa seria muito melhor”.
Tatiana propõe um projeto do município que possa utilizar os garis como parceiros na coleta seletiva. “O que a gente necessita é que ele [o prefeito] nos ajude mensalmente, que crie um projeto para que a associação tenha um futuro melhor de trabalho, um empreendimento. Se o prefeito criasse um projeto, eu acredito que os trabalhadores dele [garis] iam selecionar a reciclagem para nós. Só que, infelizmente, o prefeito não quer nos abraçar, não quer fazer nada por nós”, lamenta a catadora.
Tatiana conta que a falta de apoio dificulta, inclusive, o trabalho de convencimento para que outros catadores se associem. Mas ela está otimista de que o governo Lula possa mudar essa realidade. “Desses tempos para cá muitos já desistiram, desacreditaram; muitos, infelizmente, já morreram acreditando que um dia o prefeito ou as autoridades pudessem dar uma ajuda. Mas agora eu acredito que com o governo Lula a associação vai vencer”.
DIÁRIO DO SERTÃO
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