VÍDEO: TCE promete ter “olhar apurado” sobre os gastos de prefeituras da Paraíba com festas juninas
Tribunal suspendeu dois contratos de shows de Xand Avião e Priscila Senna em Ouro Velho, que ainda está sob 'calamidade pública' e não comporta as despesas
Durante sessão do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), o presidente Fernando Catão chamou atenção para os gastos “estratosféricos” de prefeituras paraibanas com festas juninas.
Catão citou como exemplo o município de Ouro Velho, que ainda está sob ‘calamidade pública’ e por isso teve dois contratos de shows suspensos, nesta sexta-feira (03), através de medida cautelar assinada pelo conselheiro André Carlo Torres Pontes, argumentando que o orçamento da cidade não comporta a despesa.
Os contratos firmados entre a Prefeitura de Ouro Velho e as empresas representantes dos artistas Xand Avião e Priscila Senna somam o valor de R$ 420 mil.
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De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de 2010 a população de Ouro velho foi estimada em apenas 2.928 habitantes.
“Evidentemente não temos o poder discricionário de dizer ao prefeito se gaste ou não gaste. No entanto, o município que por ano aplica 500 mil reais em todas as obras; e no meio do ano, numa festa de São João, aplica um milhão de reais, cabem olhares mais apurados”, disse o conselheiro.
“Nós vamos trabalhar no sentido de fazer a população e o gestor refletirem sobre, num momento de dificuldade desses, se gastar um milhão de reais com bandas e shows. Evidentemente que a festa é uma coisa que deve ser preservada no São João, mas vamos ter discernimento quanto a esse tipo de despesa”, acrescentou.
No Brasil
Contratos com artistas do sertanejo universitário por valores considerados muito acima da realidade de algumas cidades do Brasil ganharam repercussão nacional nos últimos dias, sobretudo após o cantor Zé Neto, da dupla Zé Neto & Cristiano, criticar artistas que recebem cachê da Lei Rouanet.
Após a crítica de Zé Neto, uma parte da imprensa começou a revelar vários contratos milionários pagos por prefeituras pequenas para artistas sertanejos, muitas vezes retirando verba pública que deveria ir para a saúde e educação.
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