VÍDEO: Médica do HUJB confirma lesões em criança e nega que família chamou polícia para ser atendida
Leila Lima, que recebeu a garotinha Ananda Vitória no Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB), contou detalhes do atendimento inicial e dos procedimentos realizados para tentar salvar a criança
A médica Leila Lima, que recebeu a garotinha Ananda Vitória, de 3 anos, na tarde do sábado (23), no Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB), em Cajazeiras, contou para a TV Diário do Sertão detalhes do atendimento inicial e dos procedimentos realizados na unidade hospitalar para tentar salvar a criança, que acabou falecendo.
Leila Lima relata que ao ser informada pelo Hospital Municipal de São João do Rio do Peixe sobre a gravidade da situação da criança, ela orientou a equipe médica daquele hospital para estabilizar o quadro clínico até que fosse liberado um leito do Eixo Vermelho do HUJB para a transferência.
Segundo Leila, o intervalo entre receber a primeira ligação telefônica do hospital de São João e conseguir liberar uma vaga no HUJB foi de menos de uma hora.
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Leila explica ainda que crianças em estado grave só podem ser transferidas quando o hospital de origem estabilizar o quadro, para que não haja risco de morte. No entanto, Ananda Vitória já chegou ao HUJB em situação irreversível.
“Eu recebi uma criança gravíssima, em franca insuficiência respiratória, que ainda não estava intubada e com uma série de outras comorbidades que foram percebidas durante a recepção. Imediatamente a gente levou a criança para o leito vermelho e fez todos os procedimentos padrão de estabilizar uma criança com insuficiência respiratória. Porém, diante da gravidade do quadro, diante do tempo todo que já tinha passado entre o início dos sintomas e a hora que ela chegou, ela estava numa situação de insuficiência e choque irreversíveis, e infelizmente não conseguimos reverter o quadro”, relatou.
Leila também confirmou a informação já antecipada ao Diário do Sertão pelo delegado Francisco Filho, de que o corpo da criança apresentava lesões em parte íntima, por isso o hospital chamou a Polícia Civil para encaminhar para a perícia médica.
“Conforme está relatado no prontuário da criança, que é sigilo médico, foi relatado lesões que precisariam de investigação, por isso a gente mandou o corpo da criança para o IML”.
A médica negou a versão da mãe de Ananda Vitória, de que foi preciso chamar a polícia para que o HUJB liberasse um leito para receber a criança.
“Isso não procede. Em nenhum momento a polícia se envolveu no processo de transferência da criança. O que aconteceu foi orientação para estabilizar a criança até que a gente pudesse preparar o leito para recebê-la, porque como doutor Dilbery falou, não se transporta criança instável, isso agrava o risco de morte. Ela não estava na rua, ela não estava em uma UBS, ela estava em um hospital, então só se transporta uma criança de um hospital para outro quando ela está estabilizada”, ressaltou a médica.
DIÁRIO DO SERTÃO
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