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VÍDEO: Advogado explica testamento deixado por ‘Lampião do Sertão’ sobre sepultamento inusitado

Lampião do Sertão foi sepultado debaixo de um juazeiro, vestido de cangaceiro e ao som de repentistas, na zona rural de São João do Rio do Peixe. O jurista deu detalhes no programa Nossa Gente, na TV Diário do Sertão

Por Luiz Adriano

15/03/2022 às 20h10 • atualizado em 15/03/2022 às 20h21

O advogado Airton Abrantes participou do programa Nossa Gente que foi ao ar pela primeira vez na telinha da TV Diário do Sertão no último sábado (12). Na ocasião, ele relatou detalhes das exigências para o sepultamento do saudoso Laudemiro Fernandes de Almeida, que tinha 70 anos e era conhecido como ‘Lampião do Sertão’.

Dr. Airton disse que Lampião era seu amigo particular e exaltou suas características por ser um homem culto, o qual segundo o advogado, dominava desde a música, onde era fã dos Beatles, até a história do Cangaço no Nordeste.

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Laudemiro Fernandes de Almeida, 70 anos, mais conhecido como ‘Lampião do Sertão’. Foto: Reprodução / TV Globo

Ele disse ainda que o saudoso Laudemiro Fernandes, levou o nome da cidade de São João do Rio do Peixe a nível nacional através da grande mídia.

“Era um homem de uma personalidade forte, de posições firmes, mas de uma formação humanística extraordinária. Tinha um coração muito solidário e em razão de ter um profundo conhecimento sobre a história do Rei do Cangaço, e se caracterizar, se vestir como um cangaceiro, fazendo um resgate também das vestimentas que os cangaceiros utilizavam na época, ele chamou atenção da mídia nacional”, disse o jurista.

SEPULTAMENTO

“Por ser autêntico, Lampião chamou atenção, causou impacto mesmo após a sua morte. Porque antes de morrer, teve a preocupação e o cuidado de lavrar um Testamento Público, registrado aqui no Cartório da nossa Comarca, onde pormenorizou como deveria ser seu velório e seu sepultamento”, disse Dr. Airton.

Conforme o advogado, ele fez questão de externar a forma como deveria ser enterrado: vestido como um cangaceiro da época, com chapéu de couro, lenço vermelho enrolado sobre o pescoço, algibeiras cruzadas do lado esquerdo e direito do seu peito, com o gibão de couro e com um óculos que era costume do Rei do Cangaço.

Entre os requisitos para o sepultamento, ele não queria ser enterrado em uma urna, mas em uma rede à sombra de uma árvore que é o símbolo do sertão, o juazeiro.

No testamento também havia o pedido de que o enterro fosse acompanhado por repentistas, como uma forma de exaltar a cultura do sertão.

ÓBITO

Laudemiro Fernandes faleceu na noite do último dia 5 em sua residência após sofrer um infarto fulminante. Seu sepultamento ocorreu na manhã do domingo (06), no sítio Olho D’água, zona rural de São João do Rio do Peixe.

Dr. Airton disse que no Brasil não há uma lei específica que trate sobre o direito funerário. Ele finalizou dizendo que Laudemiro Fernandes de Almeida “foi autêntico antes da sua morte e também autêntico após a sua morte”.

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Veja na íntegra a estreia do programa Nossa Gente, na TV Diário do Sertão:

DIÁRIO DO SERTÃO

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