VÍDEO: Após comportas de Boqueirão serem abertas para reforma e irrigação, pescadores temem falta d’água
Aproveitando a liberação, o DNOCS vai utilizar parte dessa água no perímetro irrigado do Distrito de São Gonçalo. Pescador teme que haja desperdício irreversível
Nesta terça-feira, comportas do Açude Engenheiro Avidos (Boqueirão de Piranhas) foram abertas para liberar 14 milhões de m³ de água com autorização da Agência Nacional de Águas (ANA). A manobra é para facilitar o início da obra de reforma da barragem, que está prevista para começar em setembro.
Aproveitando a liberação, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) vai utilizar parte da água nas plantações de frutas, legumes e cereais do perímetro irrigado de São Gonçalo, em Sousa.
O chefe do Departamenro do DNOCS em Marizópolis, Ademir Pereira, justifica que a liberação de água do Açude de Boqueirão para o perímetro irrigado de São Gonçalo sempre aconteceu e dessa vez foi antecipada por causa da obra de reforma da parede do açude.
“Como sempre, Boqueirão é o apoio ao perímetro irrigado de São Gonçalo. Como esse ano não sangrou, vamos liberar água para São Gonçalo. É costume a gente liberar essa água gradualmente. Por causa dessa obra, vamos liberar 14 milhões [m³] agora e vão ficar 16 para depois de setembro”, explicou.
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Já o pescador Titico Sousa lamentou a liberação da água porque entende que é um desperdício irreversível: “Está aí a bagaceira. Muitos peixes passando aqui, muita água. Agora eu pergunto: essa água que desce, volta aqui? Nunca mais”.
O chefe do DNOCS em Marizópolis garante que ainda ficará muita água em Boqueirão e que o consumo humano e animal é calculado para não faltar.
“Água de consumo humano e animal é intocável. Tudo que a gente faz, a primeira coisa é calcular esse volume e tirar a do consumo humano e animal. Primeiro do que tudo, consumo humano e animal”, disse Ademir Pereira.
Segundo dados da AESA (Agência Executiva de Gestão das Águas), o volume de Engenheiro Avidos é de 114 milhões de m³ e o consumo anual da população de Cajazeiras, segundo a Cagepa, gira em torno de 14 milhões de m³.
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