Ministério Público investiga golpe do empréstimo consignado contra aposentados e pensionistas em Sousa
De acordo com o promotor de justiça, quase 100% dos golpes são aplicados pelos próprios familiares dos beneficiários
A pessoa passa a vida toda planejando uma aposentadoria tranquila, mas quando chega a hora de aproveitar e desfrutar desse momento, acaba virando alvo de oportunistas que põem esse projeto em risco, causando preocupação e muita dor de cabeça.
A Promotoria de Justiça do Ministério Público Estadual em Sousa, Sertão da Paraíba, está investigando um golpe de empréstimos consignados realizados contra aposentados e pensionistas.
A investigação
A reportagem do Diário do Sertão conversou com o promotor de justiça Hamilton de Souza Neves, que coordena a Promotoria de Defesa do Cidadão e Consumidor e ele falou sobre as fraudes:
“Estamos investigando junto às financeiras e bancos credenciados pelo INSS e também o próprio INSS. Por lei a margem consignável só pode comprometer até 30% da renda do beneficiário seja ele aposentado ou pensionista, e em alguns casos já detectamos 80 a 90% de empréstimos corroendo o salário dessas pessoas”, afirmou o promotor.
A família
Ainda segundo Hamilton, grande parte dos golpes são aplicados pelos próprios familiares das vítimas:
“Quase que 100% dos casos a fraude é cometida por parentes do aposentado ou pensionista, o filho, a nora, pessoas que ali estão gerindo seus recursos, levando a fraude, assinam documentos sem saber, levam no banco, fornecem a senha”, disse Hamilton.
Ao final da entrevista Hamilton revelou que caso o golpe seja constatado, a pessoa que praticou a fraude contra o beneficiário pode responder criminalmente e a vítima terá o dinheiro ressarcido integralmente.
Empréstimo consignado
O crédito consignado é um empréstimo feito por meio de convênio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com bancos. O aposentado ou pensionista não pode comprometer mais de 35% de sua renda. Para a contratação do crédito, é preciso apresentar documentos pessoais do aposentado ou pensionista na instituição financeira escolhida, incluindo os documentos de identidade ou Carteira de Habilitação (CNH) e Cadastro de Pessoa Física (CPF).
Além disso, é obrigatório que o contrato seja assinado pelo próprio segurado.
Fique atento
Esses tipos de fraudes acabam passando despercebido em função do baixo valor de desconto, induzindo a população a confundir com alguma tarifa bancária.
Por isso, é muito importante que se consulte, regularmente, junto ao INSS, se há algum desconto sendo efetivado e a que esse desconto se refere. Constatando qualquer irregularidade, deve consultar um advogado de confiança para que sejam tomadas as medidas necessárias.
DIÁRIO DO SERTÃO
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