Doença raríssima mata jovem de 22 anos logo após o parto; família pede ajuda
Família pede ajuda com doação de fraldas, roupas e pomada para o bebê, que segue em quadro estável no hospital.
Uma jovem de 22 anos morreu após um parto em um hospital de Santos, no litoral de São Paulo. Familiares de Bruna Tomadocci afirmam que a jovem não sabia que tinha desenvolvido uma síndrome rara durante a gravidez e, no nascimento do filho, teve complicações, vindo a óbito.
Conforme relata a cunhada da jovem, Isabella Athenas, de 19 anos, ela estava grávida de sete meses. “Estava com ela um dia antes e parecia estar bem, porém um pouco inchada. Por volta das 19h ela foi trabalhar e na madrugada ligou para o meu irmão dizendo que estava passando mal”.
A jovem conta que, quando o irmão chegou ao local, levou Bruna às pressas ao Hospital dos Estivadores. “Os médicos viram que tinha algo de errado com ela e fizeram uma cesárea de emergência. No parto, ela teve duas convulsões, mas conseguiram retirar a criança e colocar em uma incubadora, já ela foi levada pra UTI”.
A familiar relata que a jovem teve piora no quadro médico e exames constataram a Síndrome Hellp. Pouco tempo depois, os órgãos paralisaram e, posteriormente, o cérebro também, momento em que a mãe da criança veio a óbito.
A obstetra Mariana Paiva explica que a Síndrome Hellp é um problema raro, que atinge apenas meio por cento das gestantes. Trata-se, segundo a especialista, de uma complicação gravíssima da pré-eclâmpsia, que é a pressão aumentada na gestação. “É uma condição rara, mas extremamente grave porque envolve uma mortalidade alta”, diz.
De acordo com a obstetra, a síndrome normalmente aparece depois da 27ª semana e, em raríssimas exceções, pode acometer a mulher inclusive após o parto. “O diagnóstico é feito através de exames de sangue. Sinais de alerta podem ser dor no estômago, dor na região do fígado, no abdômen superior e inchaço generalizado. O pré-natal é muito importante nesse quesito, porque ajuda a minimizar complicações durante o parto e a monitorar condições hipertensivas graves” destaca.
“Os profissionais do hospital fizeram de tudo para que ela sobrevivesse, mas infelizmente ela não resistiu. Meu sobrinho continua lá e está bem. Um dos médicos nos mostrou que constaram duas faltas em consultas de pré-natal, que poderiam ter ajudado no diagnóstico da síndrome antes do dia do parto. A ficha ainda não caiu que ela se foi”, diz Isabella.
Em nota, o Complexo Hospitalar dos Estivadores em Santos informa que a paciente recebeu todo o suporte médico e assistencial necessário durante o atendimento. O bebê permanece internado e seu quadro é estável.
A instituição ainda afirma que tem total compromisso com as melhores práticas na assistência ao parto, alinhadas com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde – OMS e do Ministério da Saúde – MS, e que fora empregado todo o suporte humano e tecnológico disponível no hospital.
Família pede ajuda
Esse seria o primeiro filho de Bruna e era muito esperado tanto por ela quanto pelo pai da criança, o ajudante de cozinha Samuel Ramos, de 24 anos. Chamado Noah, o chá de bebê do menino estava marcado para o dia 10 de agosto.
Em postagens nas redes sociais, familiares e amigos da vítima pedem por doações a Noah. O chá de bebê seria realizado no 8º mês de gestação, então a criança ainda não tem tudo que precisa. A família pede que as doações não sejam feitas em dinheiro e sim em itens que possam ajudar o bebê, como fraldas, pomadas e roupas.
“Está sendo muito difícil. Ela estava comigo para tudo. Nesses meses finais da gravidez fazíamos tudo juntos. Mas nossas famílias estão me apoiando em tudo. Meu filho de 3 anos era muito apegado a ela também. Daqui para frente é ter forças para criar o Noah. Sei que ele é um guerreiro e graças a Deus está evoluindo e ficando bem”, finaliza Samuel.
Fonte: G1 - https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2019/07/20/doenca-rarissima-mata-jovem-logo-apos-o-parto-em-sp-familia-pede-ajuda.ghtml
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