Crise hídrica em 2019 para os maiores açudes do interior da Paraíba deverá continuar, diz meteorologista
Com El Niño moderado, as recargas mais significativas nos grandes açudes ocorrem de forma pontual, mas a crise hídrica ainda deverá ocorrer no Sertão
De acordo com o físico, meteorologista e mestre em Meteorologia Rodrigo Cézar Limeira, o fenômeno climático e oceânico El Niño que se configurou em meados de fevereiro na região central do Oceano Pacífico Equatorial, ganhou força nos últimos dias e agora encontra-se com intensidade moderada.
O citado fenômeno ascendeu da condição de fraco a moderado, e segundo o estudioso Rodrigo Cézar Limeira, deverá influenciar o clima global de forma mais intensa nos próximos 03 meses.
Dessa forma as previsões feitas por Rodrigo Cézar Limeira de grande irregularidade das chuvas esse ano no semiárido do Estado deverão se confirmar, num ano de chuvas variando de normais a abaixo da média no semiárido da Paraíba, com recargas menores que ano passado para a maioria dos grandes açudes do Cariri, Sertão e Alto Sertão do Estado.
Crise hídrica em 2019 para os maiores açudes do interior da Paraíba deverá continuar
Mais uma vez o estudioso indica o uso racional da água para evitar o desperdício. Com El Niño moderado, as recargas mais significativas nos grandes açudes ocorrem de forma pontual, acrescenta Rodrigo.
Dessa forma, o pesquisador prevê recarga menor que ano passado para o complexo Coremas/Mãe d´Água. Em 2018 o citado complexo formado pelos dois maiores açudes do Estado da Paraíba, teve uma recarga de 143 milhões de metros cúbicos de água, sendo 101 milhões a recarga do Açude Coremas e 42 milhões a recarga do Açude Mãe d´Água. Esse ano até o início de março a recarga dos 02 mananciais juntos foi menor que 8 milhões de metros cúbicos de água.
Em termos de lâmina de água, ano passado o Açude Coremas recebeu uma Lâmina de mais de 13 metros, esse ano até o início de março, a lâmina é de apenas 1 metro.
Principal efeito do El Niño nas chuvas do semiárido paraibano
Em anos de El Niño o semiárido paraibano tem chuvas muito irregulares durante sua quadra chuvosa que dura de fevereiro a maio, e tal fato deve-se a um dos ramos descendentes da célula de Circulação de Walker ficar sobre o norte do Nordeste, isso contribui para a atuação de uma alta pressão persistente na região, inibindo a convecção e tornando as chuvas muito mal distribuídas.
Nos locais onde a alta pressão atua de forma menos intensa pode chover próximo à média, mas na maioria das localidades, as chuvas no final da estação chuvosa apresentam-se com totais pluviométricos abaixo da média, e perdas nas lavouras principalmente de milho são registradas.
DIÁRIO DO SERTÃO
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