Hospital Universitário de Cajazeiras oferece acompanhamento para gestantes de alto risco
As consultas serão reguladas pelos municípios, por meio das unidades de saúde da família ou de outros serviços disponíveis onde as usuárias residem.
Grávidas em situação de risco já podem fazer o pré-natal no Hospital Universitário Júlio Bandeira, vinculado à Universidade Federal de Campina Grande e à Rede Ebserh. Gestantes dos 15 municípios da região de Cajazeiras que são portadoras de doenças que podem se agravar durante o processo de gestação, ou que apresentarem problemas nesse período, poderão ser acompanhadas por uma equipe multiprofissional do HUJB.
São mulheres como Marta Regina Almeida, moradora do povoado Pilões, município de Triunfo, distante quase uma hora de Cajazeiras, e fez a primeira consulta pré-natal no HUJB. A ultrassonografia indicada pelo médico do hospital foi marcada para a mesma semana da primeira consulta, o que caracteriza rapidez nos agendamentos. A agricultora tem 35 anos e sofre com pressão alta e com obesidade.
O atendimento teve início em julho, e acontece no espaço onde são realizadas as consultas ambulatoriais, na primeira recepção do hospital, localizada em frente ao portão principal da unidade. As consultas serão reguladas pelos municípios, por meio das unidades de saúde da família ou de outros serviços disponíveis onde as usuárias residem.
O acompanhamento fica a cargo de uma equipe assistencial multidisciplinar, visando ao diagnóstico e tratamento das doenças ou problemas que afligem as mulheres durante a gravidez. Por exemplo, gestantes com pressão alta ou diabetes terão consultas com cardiologista e nutricionista. A assistência a grávidas de alto risco da região era realizada apenas pela Policlínica de Cajazeiras e pela Maternidade Dr. Deodato Cartaxo.
Outra paciente que estava aguardando consulta foi a estudante Charlânea Mayne Filgueira, de 17 anos, que está no segundo mês de gestação. Moradora de Cajazeiras, ela disse que aprovou o HUJB. “A médica do posto de saúde me encaminhou para cá devido a um sangramento e estou gostando muito do atendimento”, disse.
De acordo com a superintendente Mônica Paulino, o hospital passa por um processo de transição, especialmente com a integração dos concursados Ebserh, o que possibilita a abertura e ampliação de novos serviços.
“A qualidade da assistência envolve um leque de profissionais de saúde, que estão dentro de uma mesma perspectiva. A gestante, uma vez encaminhada para o HUJB, não deixa de ser acompanhada pela unidade básica, mas fica em paralelo sendo atendida por um médico obstetra, cardiologista, nutricionista, psicólogo, tudo a depender da necessidade. Ou seja, uma equipe multiprofissional para o acompanhamento dessas usuárias”, detalhou a superintendente Mônica Paulino.
Segundo estudos, a gestação de alto risco acomete entre 10% e 15% das mulheres grávidas. No início do período gravídico, as pacientes iniciam um acompanhamento e podem ser diagnosticadas com alguma condição ou predisposição que poderá comprometer o desenvolvimento gestacional. A partir de então, passar a haver a necessidade de um acompanhamento mais próximo e frequente.
Principais exemplos de gestantes que devem realizar o seguimento pré-natal de alto risco:
· Gestantes com idade menor do que 17 anos ou maior do que 40 anos: os extremos da idade reprodutiva aumentam a incidência de prematuridade e morbidade gestacional;
· Grávidas com altura menor do que 1,45 m: maior risco de complicações na hora do parto em decorrência da possível alteração anatômica da bacia;
· Exposição constante a agentes físico-químicos nocivos: maior risco de teratogenicidade e restrição de crescimento fetal;
· Dependência de drogas lícitas ou ilícitas: maior risco de desenvolvimento de abstinência do recém-nascido ao nascimento, além do risco de prematuridade e restrição de crescimento fetal;
· Peso materno inadequado (tanto para obesidade quanto para desnutrição extrema): maior prevalência de prematuridade;
· Histórico de abortamento de repetição;
· Intervalo entre partos menor do que 1 ano e meio: maior incidência de autismo, ruptura uterina, hemorragia intraparto e prematuridade;
· Doenças hipertensivas da gestação, incluindo a pré-eclâmpsia e eclâmpsia;
· Trabalho de parto prematuro;
· Cardiopatias;
· Pneumopatias;
· Neoplasias ginecológicas;
· DSTs;
· Desenvolvimento uterino maior ou menor do que o esperado para a idade gestacional;
· Gestação múltipla, entre outros.
Sobre a Ebserh
Desde dezembro de 2015, o HUJB-UFCG é filiado à Rede Ebserh, instituição vinculada ao Ministério da Educação (MEC) que administra atualmente 40 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.
DIÁRIO DO SERTÃO com Assessoria
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