Professor fala de desafio e aposta em tecnologia para revitalização do Perímetro Irrigado de São Gonçalo
O açude sousense possui uma área total desapropriada de 5.548,53 ha, sendo que 3.045,63 ha é área irrigável.
O Coordenador da Especialização em Gestão Ambiental da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), campus de Sousa, o professor Doutor Allan Sarmento Vieira divulgou recentemente um estudo sobre a revitalização de Perímetro Irrigado de São Gonçalo. De acordo com o laboratório de Riverside dos Estados Unidos da América, a água do açude São Gonçalo, com capacidade de 44,6 milhões de m³, é classificada de boa qualidade para a prática da irrigação.
O açude sousense possui uma área total desapropriada de 5.548,53 ha, sendo que 3.045,63 ha é área irrigável, sendo 2.502,90 ha destinada a área sequeiro e 1.934,56 ha destina ao pequeno produtor, sendo esta última área um conjunto de 452 lotes de área de 4,28 há, e segundo o professor, a revitalização do manancial sousense tem sido um desafio.
“Em setembro de 2015, o Congresso Nacional promulgou a emenda constitucional 89/15, que prorroga até 2018 a obrigação constitucional do governo federal de aplicar 50% dos recursos públicos destinados para irrigação no Nordeste. É notório que existe dinheiro para investir em irrigação. O problema é a má aplicação desse dinheiro”. Escreveu Allan
De acordo com professor, o Grupo de Pesquisa Gestão Ambiental no Semiárido (GAS) liderado por ele, inúmeras pesquisas estão sendo desenvolvidas com seus alunos visando a sustentabilidade do semiárido, entre eles está o trabalho da administradora Ialine Dantas Casimiro que propôs: “Um modelo de gestão para o uso eficiente da água numa escala de tempo plurianual para os colonos do perímetro irrigado de São Gonçalo no Sertão paraibano. Nesta pesquisa foi proposta um lote piloto utilizando uma diversificação de atividades econômicas como a pecuária e ovinocultura, a irrigação de culturas sazonais e perenes, a implementação de uma horta e criação de tilápias. Todas essas atividades requerem água em qualidade e quantidade e a tecnologia social recomendada para garantir o desenvolvimento pleno foi o “Barreiro Trincheiro Modificado”, para armazenar água para um período de três anos consecutivos de seca.
De acordo com Allan, levando em consideração que a proposta de um modelo de gestão para o uso eficiente da água tem a finalidade de propor ao pequeno produtor a conviver com os efeitos da seca, são necessários contabilizar os custos e os lucros do modelo proposto, com intuito de averiguar a viabilidade econômica, porque a viabilidade técnica já foi averiguada. Essa viabilidade econômica já está em fase de análise pelo Grupo de Pesquisa Gestão Ambiental no Semiárido (GAS).
“O uso da tecnologia social poderia minimizar a pressão do açude São Gonçalo, favorecendo a prática de outras atividades econômicas e o aumento da garantia de atendimento a outros usos múltiplos; e promover a inserção de um calendário agrícola para região, considerando um rol de culturas que consomem pouca água e que sejam rentáveis ao longo do ano, favorecendo um aumento da receita líquida e a geração de empregos na região”, explicou ele.
DIÁRIO DO SERTÃO
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