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É ARROCHO: Após pressão da oposição e intervenção do MP, é liberada entrada de bebida no Carnaval de Cajazeiras; Área Vip dentro do corredor da folia gera polêmica

Os vereadores de oposição consideram que essa estrutura é uma área VIP, sendo que é proibida por lei a instalação.

Por Jocivan Pinheiro

23/02/2017 às 18h30 • atualizado em 23/02/2017 às 18h33

Os vereadores da oposição de Cajazeiras levaram ao Ministério Público a queixa a respeito da proibição da entrada de bebida no corredor da folia durante o carnaval e obtiveram, nesta quinta-feira (23), uma vitória. Em reunião com parlamentares dos dois lados e a presença do prefeito e do promotor do evento, o MP recomendou que seja permitida a entrada de bebida em vasilhames de plástico, garrafas pet ou, no mínimo, cinco latinhas de cerveja.

VEJA MAIS: Para Líder da oposição em Cajazeiras, proibição de bebida no carnaval fere direito constitucional

A entrada de bebida no corredor da folia estava proibida pela empresa de eventos que venceu a licitação para realizar o carnaval em parceria com a Prefeitura e explorar o corredor da folia comercialmente. Mas para os vereadores de oposição, essa restrição fere o direito de ir e vir do cidadão e põe em cheque a propaganda da Prefeitura de que o carnaval é gratuito.

“Queremos fazer valer o que foi publicizado [sic] pela nova gestão, de que iria fazer um carnaval extremamente aberto ao povo. E nós estávamos na reunião para fazer a defesa desse direito do cidadão, que é o acesso ao corredor da folia conduzindo sua garrafa de água e bebida. Isso estava sendo impedido pelo formato do carnaval apresentado, por mais que falaram que era uma festa pública e não ia haver restrição”, declarou o vereador de oposição Rivelino Martins (PSB).

Lounge do Armandinho fica em frente aos camarotes do corredor da folia

Área VIP ou camarote?

Outra discussão em torno do carnaval de Cajazeiras diz respeito a um espaço localizado em frente aos camarotes, no meio da avenida, chamado de Lounge do Armandinho, que será restrito a convidados que pagaram para ficar no local. Os vereadores de oposição consideram que essa estrutura é uma área VIP, sendo que é proibida por lei a instalação de área VIP em festas que ocorrem em espaços públicos de Cajazeiras.

“Os vereadores também estão agindo juridicamente no sentido de fazer valer essa lei. É preciso fazer valer o que é aprovado pelo poder legislativo. Eu acho que essa lei visa fazer com que as festas públicas sejam realmente do povo e que se respeite o dinheiro público”, disse Rivelino.

Lounge do Armandinho

O ex-vereador Ivanildo Dunga, autor da lei, compara a área VIP ao apartheid (regime de segregação racial) e entende que a Prefeitura está tentando ‘pisotear’ a Câmara Municipal.

“A gente fica triste em saber que o poder executivo está querendo pisotear o poder legislativo. Isso é uma vergonha. Quando eu criei essa lei, foi porque eu presenciava que estava tendo uma exclusão de público, uma divisória de seres humanos, um verdadeiro apartheid.”

Lounge não é área VIP, diz Armandinho

Em contato com nossa reportagem, o diretor do Instituto de Previdência e Assistência Social da Prefeitura de Cajazeiras (IPAM), Armando Viana Leite, o Armandinho, apontado como organizador do Lounge do Armandinho, alegou que o local não se trata de uma área VIP, mas sim um camarote especial adquirido junto ao promotor do carnaval e que já foi liberado pelo Ministério Público.

DIÁRIO DO SERTÃO

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