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Cidade no Sertão da PB está sem prefeito desde o dia 9 de setembro; povo protesta

Prefeito foi afastado e vice rompeu com ele e renunciou ao cargo

Por Luis Fernando Mifô

23/09/2016 às 19h28 • atualizado em 23/09/2016 às 19h29

Servidores da prefeitura ocuparam Câmara Municipal para protestar contra salários atrasados e falta de prefeito (Foto: Arnóbio Neto/Arquivo Pessoal)

Servidores da prefeitura ocuparam Câmara Municipal para protestar contra salários atrasados e falta de prefeito (Foto: Arnóbio Neto/Arquivo Pessoal)

A cidade de São José de Espinharas, no Sertão paraibano, está sem prefeito desde o dia 9 de setembro, quando o atual, Renê Caroca (PSDB), que é candidato à reeleição, foi afastado do cargo e preso pela Polícia Federal. Paulo Medeiros, que era vice-prefeito, renunciou ao cargo e a presidente da Câmara Municipal, Maria do Socorro (PMDB), informou nesta sexta-feira (23) que negou tomar posse antes das eleições do dia 2 de outubro.

Maria do Socorro afirmou que não vai colocar sua campanha para reeleição a vereadora sob suspeita. “É um risco assumir uma prefeitura neste estado e com esses problemas. Fomos aconselhados a não tomar posse. Por isso, vou aguardar o fim das Eleições para virar prefeita [interina] de São José de Espinharas”, explicou.

A posse só deve acontecer no dia 3 de outubro. Até lá, a cidade vai continuar sem prefeito em exercício. Os servidores da prefeitura, tanto efetivos, comissionados e contratados, não receberam os salários do mês de agosto e estão acampados no auditório da Câmara Municipal desde a quinta-feira (22).

O servidor público Arnóbio Neto é um dos que estão se manifestando. “A cidade está parada. O município vive disso, dos empregos públicos. Ninguém tem dinheiro e estamos sem prefeito. No fim de setembro completaremos dois meses sem salário”, desabafou o funcionário.

A presidente da Câmara disse que já entrou com uma ação judicial para tentar pagar os servidores mesmo sem assumir a prefeitura. Segundo ela, a folha do mês de agosto girou em torno de R$ 498 mil, mais R$ 550 do duodécimo da Câmara Municipal e R$ 108 mil do repasse para a previdência.

“Não há dinheiro na conta corrente do pagamento da folha. Entramos na Justiça para podermos retirar de outras contas, onde há dinheiro de convênios, e pagarmos os funcionários. Nesta sexta, vou me pronunciar aos funcionários na Câmara e explicar a situação”, disse Maria do Socorro.

O ex-vice-prefeito, Paulo Medeiros (PTdoB), conhecido como Paulo Marchante, renunciou ao cargo no dia 13 de setembro. Segundo informações da vereadora Maria do Socorro, ele alegou que não fazia mais parte do grupo político de Renê Caroca e preferia deixar o cargo. Ele é candidato a vice-prefeito na chapa de oposição, encabeçada pelo candidato a prefeito Neto Gomes (PSB). O G1 entrou em contato com Paulo Medeiros, mas as ligações não foram atendidas até as 10h20.

Operação Veiculação

O prefeito de São José de Espinharas, Renê Caroca, foi preso durante a Operação Veiculação como suspeito de irregularidades em licitações e contratos públicos de locação de veículos. Além dele, foram presos o prefeiro de Emas, José William Segundo Madruga, e a chefe de gabinete da prefeitura de Patos, Ilanna Motta. A prefeita de Patos, Francisca Motta, foi afastada do cargo.

DIÁRIO DO SERTÃO com G1 PB

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