Vaqueiro chora ao lembrar que quase matou família de fome trabalhando nessa profissão
No Dia do Vaqueiro, seu Francisco Valentino relembra emocionado as dificuldades que passou com a família tentando ganhar a vida nessa profissão
O dia 29 de Agosto entrou para o calendário das comemorações nacionais como Dia do Vaqueiro em 2008, quando a data foi instituída através da lei federal 11.797/08.
A atividade presente especialmente na região Nordeste existe há muito tempo, mas só recentemente foi reconhecida como profissão. Em 2013, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que regulamenta a profissão de vaqueiro no País.
![Seu Francisco é vaqueiro há 50 anos](https://www.diariodosertao.com.br/wp-content/uploads/2016/08/vaqueiro-300x191.jpg)
Seu Francisco é vaqueiro há 50 anos
De acordo com a legislação, vaqueiro é o profissional que trata, maneja e conduz animais como bois, cavalos e outros de pastoreio. É exatamente essa profissão que seu Francisco Valentino, de 61 anos de idade, exerce em Cajazeiras há 50 anos.
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Seu Francisco conta que começou a trabalhar como vaqueiro por influência do pai com dez anos de idade, tirando leite de vaca. Apear de dizer que se orgulha da profissão, ele tem mais queixas a fazer do que elogios.
Emocionado, seu Francisco relembra que sua vida de vaqueiro trouxe mais sofrimento do que satisfação. Segundo ele, hoje é mais fácil ganhar a vida nessa profissão, mas no seu tempo o vaqueiro não era valorizado e sofria muita discriminação. Sua família passou fome várias vezes por falta de trabalho ou de remuneração suficiente para alimentar esposa e filhos.
“Vim melhorar aqui em Nelson [seu patrão], mas durante o tempo em que trabalhei de vaqueiro, não passei bem, passei muita fome e sono, quase mato minha família de fome pra ganhar migalha, porque tinha que arriscar mesmo. Cansei de eu e a mulher dormir sem janta porque não dava pra tudo”, recorda aos prantos.
Hoje ganhando um salário e com a esposa aposentada, seu Francisco afirma que está dando para viver com bem menos sofrimento do que no passado. Sobre o Dia do Vaqueiro, o cajazeirense admite que, apesar dos obstáculos, se orgulha da profissão e tem paixão pelos seus animais como quem tem por um carro. “É mesmo que você ter paixão por um carro novo, um carro zero que você vê na loja”, compara.
![](https://www.diariodosertao.com.br/wp-content/uploads/2016/08/vaqueiro-1.jpg)
Seu Francisco em um dos seus cavalos
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