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VÍDEO: Empresária que sofreu violência doméstica por 15 anos transforma dor em luta no Vale do Piancó

Lucélia Florentino luta hoje para que seja implantada e colocada em prática a Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres em São José de Caiana

Por Priscila Tavares

04/12/2023 às 20h32

O programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão, recebeu a empresária e ativista Lucélia Florentino, que foi vítima de violência doméstica por 15 anos, onde quase colocou fim à própria vida, hoje, após se libertar luta em causas sociais e tenta aplicar, na prática, sugestões de projetos, programas e ações em defesa da mulher.

“Eu sofri violência doméstica durante 15 anos e eu sobrevivi, consegui sair do ciclo de violência doméstica, muito abalada, porém eu sobrevivi mesmo tentando tirar minha vida por várias vezes”, relatou Lucélia.

Ela disse que inicialmente sua intenção era que o seu testemunho pudesse incentivar outras mulheres de sua cidade a denunciar casos de violência, mas que depois sentiu a necessidade de algo maior.

“Eu senti a necessidade de algo maior, que tornasse algo maior, pelo menos a nível regional. Foi quando procurei o vereador Lucivan, conhecido como Vereador Pavão, e idealizei um projeto, que ele já existe, já é Lei estadual inclusive, para ele levar para Câmara em âmbito municipal”, contou.

A empresária da cidade de São José de Caiana, no Vale do Piancó, Sertão da Paraíba, é autora de um Projeto de Lei que visa proibir qualquer pessoa que responda por crimes no âmbito da Lei Maria da Penha e da Lei de Proteção à Criança e Adolescente assumir cargos públicos nas prefeituras, seja de concursado ou comissionado.

O projeto idealizado por Lucélia não foi aprovado na Câmara do município. Segundo ela, foi tratado como um “projeto sopa” e “empurrado” pelos vereadores, o que ela atribuiu ao machismo estrutural que existe na sociedade. Após a desaprovação no legislativo, o caso tomou proporções estaduais e a ativista buscou apoio de políticos e outras ativistas da causa.

“Eu fui buscar esses apoios e uma ia indicando a outra. Eu sou uma vivente, mas eu fui estudar para realmente chegar e ter respaldo para falar com o prefeito. Ao chegar para falar com o prefeito, no seu gabinete, ele me recebeu muito bem e disse que tinha interesse em ser criado uma Coordenadoria , uma vez que, até então, não se sabia que existia uma Coordenadoria. Ele me deu total abertura para entrar em contato com assessor jurídico e nós mesmos criarmos essa Lei e depois mandar para votação na Câmara”, pontuou.

Segundo ela, já existia, desde 2019, uma Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres na cidade, mas apenas no papel. Sua luta hoje é para que ela seja implantada e colocada em prática.

“Eu sei que já existe, o desafio agora é colocar em prática, porque políticas públicas, mais uma vez eu digo, tem que ser trabalhada todos os dias, não é só um dia. A campanha partidária existe um período que você pode trabalhar, mas as políticas públicas seja para mulheres, seja qual for, ela tem que ser trabalhada todos os dias”, ressaltou.

“Hoje não é mais só por mim, podem ter certeza, não é mais pelo que vivi, nada é gatilho para que eu caia. Eu fui realmente liberta e liberta por Deus, então eu não vou cair para falar de um assunto que eu vivi, eu não vou cair, porque Deus me libertou, mas através de uma grande rede de apoio nós podemos evitar mortes, inclusive”, completou Lucélia.

DIÁRIO DO SERTÃO

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