VÍDEO: Vítima de tentativa de feminicídio em Cajazeiras faz apelo para que agressor continue preso
Silvania Trajano falou pela primeira vez sobre o caso, juntamente com sua advogada e as representantes da Marcha Mundial das Mulheres
A reportagem da TV Diário do Sertão conversou com Silvania Trajano de Sousa, vítima de tentativa de feminicídio na cidade de Cajazeiras, que falou pela primeira vez sobre o caso, além de sua advogada Ana Carolyne, que explicou como está o andamento do processo e as ativistas Neidinha Silva e Elza Gomes, representantes da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) na cidade.
O caso aconteceu em novembro de 2022 quando o agressor, ex-marido de Silvania que já tinha quebrado a medida protetiva, invadiu o prédio do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) de Cajazeiras e atingiu a vítima com golpe de faca no pescoço.
Ana Carolyne falou do andamento do caso e explicou que o agressor está respondendo por dois processos, de ameaça e tentativa de feminicídio.
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“Trata-se de uma tentativa de feminicídio com o descumprimento de medida protetiva. No caso, o indiciado responde por dois processos distintos, um de tentativa de feminicídio e outro de ameaça. O de ameaça fizemos, semana passada a audiência de instrução e julgamento, estamos aguardando a sentença e o de feminicídio estamos aguardando a audiência de instrução e julgamento que será mês que vem”, informou a advogada.
A vítima falou pela primeira vez do caso e relembrou os momentos de terror que viveu. Silvania clama por justiça e diz que só terá paz se o ex-marido continuar preso.
“Eu tive um relacionamento tóxico, abusivo. Sou portadora de uma deficiência física. Pus fim a um relacionamento de maneira amigável, meu ex-companheiro não aceitou o fim do relacionamento, quebrou medida protetiva, no dia 16 de novembro ele invadiu meu local de trabalho e me esfaqueou na cabeça só não me matou porque me socorreram na hora”, relembrou.
“Eu estou pedindo justiça. Eu vivi momentos de terror nas mãos de uma pessoa que dizia que me amava. Ele entrou determinado a me matar, ele ameaçou e cumpriu. Ele invadiu, driblou a segurança do IFPB de Cajazeiras e me agrediu com faca e me disse: ‘se eu me soltar eu lhe mato e cumpro a cadeia satisfeito’. Então eu estou pedindo apoio da sociedade, que não esqueçam este caso”, completou Silvania.
Neidinha afirmou que o agressor é uma ameaça para a sociedade, pediu apoio da população e disse que quer que Silvania permaneça viva.
“Nós da Marcha Mundial das Mulheres, juntamente com o Centro de Defesa da Mulher Márcia Barbosa, estamos fazendo apelo social, chamando atenção para que o agressor de Silvania é uma ameaça para ela e é também uma ameaça para todas as mulheres, portanto uma ameaça para a sociedade. Nós estamos pedindo a sensibilidade da população, relembrando o caso e dizendo que nós queremos que Silvania permaneça viva”, falou Neidinha.
A ativista destacou ainda o pedido para a instalação da Patrulha Maria da Penha na cidade de Cajazeiras. A Patrulha Maria da Penha é um serviço que tem como objetivo oferecer acompanhamento preventivo periódico e garantir maior proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar que possuem medidas protetivas de urgência vigentes, baseadas na Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha).
“A gente vê que os resultados, desde que a Patrulha foi criada na Paraíba, os resultados das mulheres que estão nesse acompanhamento é de feminicídio zero”, destacou Neidinha.
A representante da MMM, Elza Gomes, ressaltou que o caso de Silvania não pode se torna uma estatística e pediu mais visibilidade por parte da sociedade e da instituição de ensino onde aconteceu a tentativa de feminicídio.
“O caso Silvania traz um diferencial porque ela estava no seu local de trabalho. Silvania é funcionária pública federal, ela estava no exercício da sua função. Ela tinha uma medida protetiva. Então é preciso a gente considerar que Silvania estava no IFPB, no campus universitário e aí quando a gente chama a sociedade para prestar esse apoio sobre esse caso, a gente também conclama aos IFPB que possam também dar mais visibilidade a este caso para que ele não seja apenas uma estatística”, ressaltou a ativista.
Em caso de violência contra mulher denuncie pelo 180.
Além do número de telefone 180, é possível realizar denúncias de violência contra a mulher na página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), responsável pelo serviço. No site está disponível o atendimento por chat e com acessibilidade para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
DIÁRIO DO SERTÃO
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